Cultura

Arraial Internacional promove multiculturalidade na Cantina dos Grelhados

Simão Moura

Evento conta com participação de várias entidades. Diferença de prazos, choque cultural e barreira linguística apresentados como maiores problemas em integração de estudantes estrangeiros. Por Eduardo Neves e Simão Moura

A Cantina dos Grelhados recebeu hoje o Arraial Internacional, a partir das 17:00, numa tentativa de “integrar os estudantes internacionais”. Dinamizado pelo Conselho Internacional, reafirmado no passado domingo, o evento pretende dar a conhecer um pouco dos países dos estudantes, com comidas típicas e espetáculos dados por cada associação.

O Conselho Internacional foi criado em setembro do ano transato com intuito de se tornar numa plataforma de entendimento e cooperação conjunta entre as comunidades internacionais da Academia. Este conselho assinou, no passado domingo, um protocolo entre as várias associações de estudantes estrangeiros que o constituem, com o objetivo de uma maior ligação entre todas as entidades intervenientes.

Diogo Tomázio, vice-presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra, sublinha que o antigo protocolo contemplava uma diferença entre “os outorgantes da AAC e os outros” enquanto que o atual concede os mesmos direitos e impõe os mesmos deveres a todos. Assim, a Organização de Estudantes da Guiné-Bissau em Coimbra, os Académicos Timorenses de Coimbra, a Associação Estudantes São Tomé e Príncipe – Coimbra, a Associação de Estudantes Cabo-Verdianos em Coimbra e Associação de Pesquisadores e Estudantes Brasileiros (APEB) juntam-se à DG/AAC na primeira atividade do novo Conselho Internacional.

O vice-presidente destaca as dificuldades que os estudantes enfrentam quando chegam a Portugal como um dos maiores problemas na sua integração. “A altura de entradas dos vários estudantes internacionais é sempre diferente”, justifica Diogo Tomázio, que relembra que “alguns (estudantes) ainda não entraram e outros ainda nem chegaram a Portugal ou nem sabem que entraram e isto causa entraves”.

A coordenadora da cultura da APEB, Sara Antunes, nomeia o “choque cultural” como um dos maiores obstáculos colocados aos estudantes brasileiros. Lamenta também que esta dificuldade leve a que estes formem uma comunidade separada, mas reitera que, ao longo do tempo, se dissipa, algo em que a APEB ajuda.

Por sua vez, a vice-presidente dos Académicos Timorenses de Coimbra, Rachel Yuka Araújo diz que “a questão da língua portuguesa continua a ser uma barreira” para os timorenses. Nesse sentido, os Académicos Timorenses de Coimbra começaram a dinamizar com a Académica, ainda no mandato de João Assunção, um protocolo que visa dar “uma espécie de um curso de língua portuguesa” aos estudantes. A organização planeia retomar esta iniciativa durante este ano letivo, mas a vice-presidente admite que ainda não o fizeram por estarem à espera de “maior aderência”. Aponta também as dificuldades com o espaço, mas deixa a nota que quem estiver interessado deve contactar os Académicos Timorenses de Coimbra.

Tanto Rachel Araújo como Sara Antunes fazem um balanço positivo do arraial. Em entrevista, Diogo Tomázio declara que este é “um passo na integração dos estudantes internacionais e na cooperação das associações de estudantes de Coimbra”.

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