SJudo/AAC e SDDH/AAC juntam-se em ‘workshop’ no âmbito da semana da mulher. Defesa pessoal feminina foi grande tema do evento. Por Luísa Macedo Mendonça
A convite da Secção de Defesa de Direitos Humanos da Associação Académica de Coimbra (SDDH/AAC), a Secção de Judo da AAC (SJudo/AAC) desenvolveu um ‘workshop’ de autodefesa feminina no dia 9 de março, na antiga cantina dos grelhados. O evento contou com 22 pessoas, adesão acima do esperado pelas secções organizadoras, dada a mudança de local e as condições meteorológicas desfavoráveis. O desejo pela existência de mais iniciativas como esta, assim como o reconhecimento da sua importância foram pontos comuns entre participantes e organizadores.
Num tempo em que “os ataques à integridade física da mulher ainda são bastante frequentes”, indica uma das participantes, Inês Martins, ex-aluna da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, que este “tipo de iniciativas são cada vez mais precisas”. Joana Velez, estudante de Direito e integrante da SDDH/AAC, reforça ainda a ideia ao afirmar que se “sabe que é muito provável que haja casos de agressão, violações e perseguições, no dia a dia, e não se pode ignorar a realidade onde vivemos”. Acredita que “já que não se podem influenciar os “predadores”, tenta-se ajudar as vítimas a protegerem-se”.


O ‘workshop’ foi liderado por Rui Ferreira, integrante da SJudo/AAC (em colaboração com Rui Sousa), e tinha como objetivo “dar alguns recursos às mulheres para se defenderem de eventuais agressões”. Assim, contou com uma série de potenciais ataques e a resposta que a vítima poderia dar, sempre baseado nas táticas base da modalidade. Para além dessa finalidade, Rui Ferreira destacou ainda o propósito de “divulgar a secção e o desporto”. E foi também bem sucedido nessa medida, pois Margarida Moreira, aluna de biologia, por sua vez, para além de salientar a importância da defesa feminina, confessou também ter ido pelo amor que tinha pelas artes marciais. “Andava há vários anos a experimentar ‘Kung Fu’, sempre gostei de artes marciais e nunca tinha experimentado defesa pessoal”. Margarida viu nesta iniciativa a possibilidade de o fazer.
Inês Martins e Margarida Moreira destacaram ainda a importância que conferiam a atividades como esta, e expressaram o desejo que houvesse mais iniciativas do género, com mais tempo para consolidar conhecimentos. Joana Velez relembra que não é a primeira vez que a atividade acontece e que “é sempre um benefício tentar aperfeiçoar a autodefesa”, ainda que espere “nunca ter que vir a pôr em prática o aprendido”. Quando questionadas, as três entrevistadas frisaram ter receio de andar sozinhas à noite. O instrutor Rui Ferreira reconheceu justificação no “acentuado receio”, ao relembrar os recentes casos de alegadas tentativas e violações. No entanto, considera Coimbra, no geral, “uma cidade pacífica”.
O integrante da SJudo/AAC acrescentou, por fim, que a prática do judo enquanto defesa pessoal “pode não ser apenas uma forma de reagir a uma agressão, mas também uma maneira de fazer desporto e manter a forma. É uma excelente forma de as pessoas se manterem ativas”. Evidenciou também o “excecional” desempenho das participantes. Inês Martins conclui: é “ uma iniciativa de louvar. Até já dei os parabéns à SDDH/AAC”, que teve a ideia. “A SDDH/AAC deu o mote, divulgou-a e a SJudo/AAC proporcionou a aula. Como secções da AAC, o objetivo é a ajuda mútua”, encerra Joana Velez.


