Iniciativa promovida pelo CGTP pretendia trazer igualdade às maternidades. Falta de colaboração do CHUC é recorrente. Por Eduardo Neves
Hoje, Dia da Mulher, foi reportado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Centro (STFPC) um entrave na atividade de duas das suas dirigentes. A situação ocorreu nas maternidades Bissaya Barreto e Dr. Daniel de Matos, onde o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) proibiu a entrada de Francelina Cruz e Susana Lemos nos locais hospitalares.
Estas visitas estavam inseridas na Semana da Igualdade, promovida pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), programada entre 7 e 11 de março. Esta iniciativa visa percorrer locais de trabalho onde se possa divulgar o panfleto sobre igualdade das mulheres no trabalho, bem como promover conversas sobre este tema. O STFPC garante que o aviso foi lançado de forma prévia ao Conselho de Administração do CHUC. As dirigentes foram impedidas pelas unidades de segurança dos blocos hospitalares e foram informadas de que não tinham autorização para entrar.
Francelina Cruz, dirigente da Comissão de Igualdade da CGTP, afirma que esta é a terceira vez que lhe é vedada a entrada nas unidades do CHUC. As visitas anteriores tinham como objetivo trabalhos “sindicais”, em especial, conversas com os trabalhadores do hospital. A dirigente afirma que isto “não deveria acontecer” porque, para além dos trabalhos rotineiros, iam também presentear as trabalhadoras neste Dia da Mulher.
A dirigente informa que as visitas ao CHUC são mensais e que informam sempre atempadamente. Durante a pandemia, as respostas dadas ao sindicato eram negativas, devido aos entraves impostos pelo contexto. Desde o levantar das restrições, nenhuma resposta foi dada aos avisos, pelo que avançaram com as visitas às entidades. Nesta ação não foi diferente, pelo que a comunicação foi feita dia 3 deste mês e não houve resposta por parte do centro hospitalar.
Perante este entrave, o STFPC contactou o Conselho de Administração do CHUC e, ainda de manhã, a diretora reuniu com as dirigentes. Esta mostrou apoio para com a iniciativa, mas nada foi feito quanto ao acesso, já que as diretoras continuaram impedidas de entrar. Francelina Cruz explica que a visita a maternidades, no enquadramento do Dia da Mulher, “fazia todo o sentido, já que os trabalhadores são quase todos mulheres”. Finaliza ao acusar o CHUC de vedar o “contacto direto” com os seus trabalhadores.
A Cabra contactou o CHUC, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo.
