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António Guterres distinguido pela UC

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Prémio de 25 mil euros vai ser doado ao Instituto Universitário Justiça e Paz. Oradores da cerimónia fazem referência ao conflito na Ucrânia. Por Gabriela Moore e Cristiana Reis

A Sala dos Capelos acolheu, no 732.º aniversário da Universidade de Coimbra (UC),  uma cerimónia na qual foi atribuído o Prémio UC 2022 ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres. A entrega do prémio, que começou às 10h30, não foi aberta ao público, mas foi transmitida ao vivo no Youtube.

O responsável pela apresentação do prémio foi Pedro Costa Gonçalves, professor da Faculdade de Direito da UC (FDUC) e membro do Conselho Geral da UC. O docente destaca o Secretário-Geral da ONU como uma pessoa “orientada por imperativos morais e éticos” e pela “permanente e incomodada preocupação com os mais desfavorecidos”.

Neste sentido, como anunciado pelo reitor da UC, Amílcar Falcão, António Guterres vai doar os 25 mil euros do prémio ao Instituto Universitário Justiça e Paz (IUJP). O reitor referiu que o IUJP tem sofrido ao longo da pandemia, “não deixando nunca de apoiar os carenciados, sobretudo os estudantes provenientes dos PALOP”.

O docente da FDUC frisou a coincidência da entrega do prémio com a situação na Ucrânia e referiu que esta representa uma tomada de posição da UC. Além disto, considera que “simboliza um abraço solidário a um homem que carrega sobre si a responsabilidade histórica de contribuir para o fim de uma barbaridade que não se imaginava possível”. Amílcar Falcão também fez referência ao conflito e disse confiar na diplomacia, onde se inclui o papel de António Guterres “para a difícil missão de pôr fim a uma escalada de violência”.

Presente de forma remota, o vencedor do prémio agradeceu a distinção e considerou que o prémio visa homenagear também as Nações Unidas. No seu discurso, António Guterres chamou à atenção para os problemas enfrentados na atualidade, como a crise climática, o crescimento das tensões geopolíticas, o caos do espaço digital, a desinformação e a polarização. Com isto, sublinhou a “necessidade urgente de reinventar a cooperação e governação a nível mundial, de forma a que as aspirações comuns de paz, desenvolvimento sustentável, direitos humanos e dignidade para todos continuem ao alcance”.

O diplomata referenciou uma cimeira sobre a transformação da educação, que vai ocorrer em setembro, em Nova Iorque, e não deixou de evidenciar o papel da UC que, “sempre à frente do seu tempo, prestou ao longo da história um serviço essencial a Portugal e continua a contribuir para a visibilidade do país na Europa e no mundo”. António Guterres destacou que “a educação é uma das missões mais nobres e importantes a que se pode aspirar” e parabenizou a UC que “há mais de sete séculos honra esse objetivo”.

O prémio é atribuído a uma personalidade portuguesa de destaque por uma intervenção relevante e inovadora na sua área profissional. Para além de um Diploma e de um valor de 10 mil euros, é também atribuída uma Bolsa de Investigação Santander, dirigida ao desenvolvimento de trabalho numa área a definir em conjunto com o premiado, no valor de 15 mil euros.

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