Cultura

Casa da Esquina abre porta a questões de género

Jorge Botana

Ilustrações de autoras conimbricenses funcionam como glossário. Tema atual atrai público de diferentes gerações. Por Jorge Botana e Alexandra Guimarães

Explicar conceitos relacionados com o género e com o feminismo de forma simples e clara é o objetivo da exposição “Glossário Feminista Ilustrado”, que está em exibição na Casa da Esquina. A mostra, que resulta da colaboração de três ilustradoras naturais de Coimbra, pode ser visitada até ao dia 23 de março.

As autoras da exposição, Filipa Namorado, Beatriz Costa (também conhecida por biakosta) e Margarida Ferreira (também conhecida por Amargo), foram convidadas no âmbito do projeto “Marquise”, desenvolvido pela Casa da Esquina desde 2016. Esta iniciativa, que acolhe várias exposições por ano, “tem como objetivo dar a conhecer a ilustração e o desenho contemporâneos”, assegura a colaboradora da Casa da Esquina, Sandra Jorge.

Neste caso, a exposição apresentada na casa visa “criar cruzamentos entre a arte e a igualdade de género”, refere Sandra Jorge. No espaço podem ser vistas ilustrações acompanhadas de breves definições de diferentes conceitos. Por exemplo, as ilustradoras mostram a distinção entre “género” e “sexo” e clarificam termos recentes como “male gaze”, “drag” ou “grooming”.

“São palavras novas que estão a ser expostas de forma muito clara”, considera Ana Costa, integrante do Graal Portugal, um movimento social e cultural que partilha o espaço da Casa da Esquina. Acrescenta que o feedback por parte dos visitantes “tem sido positivo, com um público de todas as idades”, o que permite “colocar questões a diferentes gerações e criar pontes entre elas”.

Além disso, as autoras da exposição procuram desconstruir estereótipos em torno de certos termos e explicar diferentes formas de assédio sexual. Em toda a mostra, as ilustradoras utilizam o sistema de linguagem de género neutro, de forma a torná-la inclusiva.

A colaboradora da Casa da Esquina, Sandra Jorge, sublinha “a importância de trazer a público estes conceitos e de pôr as pessoas a olharem para eles e a debaterem”. Já Ana Costa considera que “estas questões são vitais e mais importantes do que nunca”. A exposição pode ser visitada de terça a sexta-feira, entre as 10 horas e as 12h30 e entre as 14h30 e as 18h30.

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