Ensino Superior

52 anos depois os balões da reivindicação voltaram a voar

Luísa Tibana

Mais de uma centena de pessoas reivindicaram melhores condições para o ensino superior. Acabar com regimes de prescrição e aumentar a ação social foram algumas das preocupações da AAC. Por Diogo Machado

A Associação Académica de Coimbra (AAC) mobilizou hoje no Largo da Porta Férrea uma nova Operação Balão. Em 1969 foram lançados balões com reivindicações estudantis e João Assunção, presidente da Direção Geral da AAC (DG/AAC), afirma que “passados 52 anos da crise académica ainda existem reivindicações que têm toda a importância atualmente”. 

Segundo o presidente, há 52 anos uma das medidas era a de que o ensino fosse aberto a qualquer uma independentemente da sua origem económica. Por isso mesmo o mote da manifestação é “em abril prometeram-nos um ensino superior universal, agora é altura de cumprir”.

Dentro do leque de reivindicações a AAC exige “uma concretização célere do plano nacional para o alojamento no ensino superior, um aumento da ação social direta e indireta e a abolição do regime geral de prescrições”, conta João Assunção. Na visão do presidente da DG/AAC, este regime é um regime sancionatório por via económica do estudante e do seu sucesso académico e acrescenta ainda que “para que seja possível ter um ensino superior para todos sem limitações, é impossível aceitar o regime de prescrições atual”.

Questionado sobre o impacto e eficácia das intervenções da AAC, João Assunção acredita que “todos os métodos interventivos que são utilizados são extremamente eficazes”. Refere ainda que há muito para além de manifestações na rua como reuniões e intervenções políticas com todos os agentes políticos que desejam ouvir as preocupações dos estudantes. “As reivindicações na rua de forma pública são instrumentos muito viáveis e que fazem parte do ADN da AAC”, conta o presidente da DG/AAC.

“Apesar das previsões climatéricas acredito numa boa adesão”, confessou João Assunção antes da manifestação. Mesmo com chuva prevista e a situação pandémica mais de uma centena de pessoas compareceram com balões e faixas nas quais se podiam ler frases como “mais e melhor ação social escolar”. O presidente da DG/AAC mostrou-se esperançoso que o dia seja lembrado como “mais um momento de reivindicação e de força da academia contra aquilo que se considera injusto”.

Fotografias por Luísa Tibana

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