Investigador da UC recebe bolsa de trinta mil euros. André Tomé ressalta a importância do estudo da temática do próximo oriente. Por Julia Floriano
O investigador do Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Património (CEAACP) da Universidade de Coimbra (UC), André Tomé, participou do concurso White Levy Program for Archaeological Publications, organizado pela Universidade de Harvard. A disputa garantiu uma bolsa de trinta mil euros do programa Harvard Museum of the Ancient Near East.
O programa de bolsas, financiado por um segmento privado e gerido pela universidade norte-americana, visa “financiar publicações de escavações arqueológicas do próximo oriente”, afirma André Tomé. O investigador explica que é necessário, durante a candidatura, apresentar um plano de trabalho que justifique a importância de tal tema e da publicação dos dados.
O projeto apresentado, cujo tema é “o estudo do período helenístico em Tell Beydar”, representa uma continuação do trabalho já realizado pelos investigadores entre os anos 2008 e 2010, na Síria. Segundo André Tomé, um dos objetivos do estudo é “trazer à luz novos dados que possam mudar aquilo que tem sido a interpretação do período histórico da Mesopotâmia”. Para além disso, o investigador destaca a importância do conhecimento acerca das influências de povos, como gregos e armênios, na construção das tradições locais e culturais no próximo oriente.
As análises dos materiais recolhidos pelos investigadores, como cadernos de campo, fotografias e desenhos, serão organizados numa base de dados que vai ser enviada à Universidade de Harvard, refere André Tomé. O doutorando acrescenta que a próxima fase do projeto será dedicada à redação e a publicação do estudo que “reflete um trabalho de investigação ao longo de vinte anos”. O estudo vai ser dividido em áreas de escavação e análise de cerâmicas que “permitem datar e perceber influências gregas, indígenas e espartanas”, exemplifica.
O CEAACP pretende publicar o estudo de uma forma acessível ao público e que “conte a história do trabalho da equipa”, sublinha o investigador. André Tomé ressalta ainda a expectativa do projeto em “fomentar a atenção dada aos estudos arqueológicos do próximo oriente na UC”. O prazo para o término da bolsa é de dois anos e, após esse período, a equipa tem um ano para finalizar e publicar o resultado do trabalho.
