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Doação de bens alimentares pelo LPCC.NRC estende-se ao CHUC

Fotografia cedida por Magda Portulez

Suspensão do voluntariado provocada pela pandemia leva à distribuição de kits alimentares pelos pacientes do IPOC e do CHUC. Secretária-Geral da Direção do LPCC.NRC admite aumento do número de doentes oncológicos num cenário pós-COVID. Por Beatriz Monteiro Mota

A doação de bens alimentares por parte do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC.NRC) foi expandida para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) no passado dia 8 de fevereiro. Tal como ocorre no Instituto Português de Oncologia de Coimbra (IPOC), são distribuídos cerca de 700 produtos alimentares, como informa a secretária-geral do LPCC.NRC, Natália Amaral. Os doentes oncológicos são os beneficiários dos kits, pensados para colmatar a ausência de voluntariado, provocada pela COVID-19. 

Com o avançar da pandemia, o voluntariado viu-se obrigado a suspender a distribuição de bens alimentares nas salas de espera dos hospitais. “Sem os voluntários a trabalhar, foi preciso pensar no que fazer para compensar esta necessidade”, confessa a secretária. Sublinha também o elevado número de horas que os doentes passam nas instalações e a consequente importância de acesso a estes bens. A mais recente expansão da iniciativa ao CHUC é uma ambição presente desde o início, que foi reforçada com o elevado número de internamentos nas instalações devido à COVID-19.  

Natália Amaral explica que esta iniciativa abrange os pacientes das áreas de oncologia médica e de radioterapia, presentes no IPOC e no CHUC, no qual também está incluída a hematologia. “Água, leite ou sumo e bolachas” são os bens presentes num kit, “embalados de forma a garantir a segurança dos doentes”, explica. Além dos produtos alimentares, foram ainda criados kits com escovas de dentes e outros artigos que, segundo os diretores dos serviços hospitalares, são fundamentais. 

Os 700 kits semanais podem, segundo a secretária, aumentar, como prevê a estimativa de necessidades.  “Esta distribuição requer uma linha de montagem”, em que os kits são produzidos pela LPCC e entregues nos serviços hospitalares que, por sua vez, procedem à sua repartição, elucida. Os beneficiários desta iniciativa “têm manifestado um feedback muito positivo”, já que, além destas doações, não existe qualquer outro acesso aos alimentos dentro das instalações, realça Natália Amaral.

Com alguma tristeza, a secretária lamenta o futuro que se avizinha. “No cenário pós-COVID, vão surgir muitos doentes oncológicos, alguns até em estado avançado, porque as pessoas estão reticentes em deslocar-se aos hospitais”, esclarece. Revela ainda que se tem verificado uma diminuição de determinado tipo de rastreios de 10 a 20 por cento. Nesta previsão atípica, Natália Amaral explica que a necessidade de apoio aos doentes vai aumentar, “quer do ponto de vista social, como a distribuição de alimentos e medicamentos e o transporte de pacientes, quer do ponto de vista do apoio psicológico”.

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