Ciência & Tecnologia

Investigadores da UC lançam projeto de combate ao “cancro” dos pinheiros

Fotografia cedida por Cristina Pinto

Estudo sobre a doença que atinge a produção de pinheiros “pode dar benefícios económicos ao país”. Projeto PineWALL tem a colaboração de universidades pelo mundo e é financiado pela FCT. Por Ana Haeitmann e Jéssica Terceiro

O financiamento do projeto PineWALL pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) foi anunciado em novembro deste ano e visa pesquisar a doença, que causa murchidão e morte em massa dos pinheiros. A iniciativa, que começa entre março e junho de 2021, procura prever e curar a doença. Para além da equipa da Universidade de Coimbra, o estudo tem como parceiros a Universidade do Porto, o Centro de Investigação Florestal de Lourizán, na Galiza, e a Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, os quais contribuem cada um com uma etapa específica do projeto.

Os investigadores vão pesquisar três espécies de pinheiros: o pinheiro-bravo (Pinus pinaster), que é o mais afetado pela doença, além de duas espécies mais resistentes, o pinheiro-manso (Pinus pinea) e o pinheiro-de-alepo (Pinus halepensis). O estudo busca descobrir o motivo de alguns tipos de pinheiros serem mais suscetíveis à doença que outros. A conquista científica do PineWALL teria como principal aspeto o impacto económico, pois, segundo o coordenador do projeto, Ricardo Costa, “uma das maiores exportações de Portugal é a madeira de pinheiro-bravo, a espécie mais afetada pela doença”.

No entanto, o projeto pode também ter impacto ambiental, já que “muitas colas e tintas retiradas hoje do petróleo, poderiam ser extraídas de uma fonte mais sustentável como os pinheiros caso haja um aumento na sua produção”, elucida Ricardo Costa. Para alcançar esses objetivos, os investigadores planeiam “analisar a parede celular e a constituição bioquímica e molecular, além de tentar relacionar os biomarcadores encontrados à resistência ou à suscetibilidade do pinheiro ao nemátode”, declara o coordenador do projeto.

Ao nível das alterações climáticas, os investigadores acreditam que a doença é mais grave e estende-se mais rapidamente em ambientes secos e quentes. Tem de ser feito “um conjunto de modelos computacionais que permitam prever a composição dos pinheiros antes das plantações serem estabelecidas, podendo oferecer mais adaptação às alterações climáticas”, admite Ricardo Costa. Portanto, tem-se que a doença “da murchidão do pinheiro” é um obstáculo para a economia dos países que os utilizam, os quais vão beneficiar com o êxito do projeto.

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