Ensino Superior

Dora Santo não quer eleitores “desinformados”

Nino Cirenza

A presidente do CF/AAC afirma que desde fevereiro a motivação pra liderar o órgão “cresceu”. Tomada de posse para o novo mandato vai ser dia 2 de novembro. Por Bruno Oliveira.

Quais foram as motivações para a candidatura? 

Não é segredo que estive na primeira Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC) em que o Daniel Azenha foi presidente e que decidi não continuar. Mais tarde, na altura das candidaturas para o Conselho Fiscal da Associação Académica de Coimbra (CF/AAC) comecei a pensar no assunto. Percebi que não estava na minha altura de terminar o percurso na academia, falei com um conjunto de pessoas para perceber se tinha apoio, e se confiavam no meu trabalho. Isso foi o meu primeiro passo, percebi que ainda tinha bastante para dar à casa. A minha maior motivação foi ter o apoio dos meus amigos e dos meus familiares, a partir do momento que eles apoiaram senti-me com vontade de fazer mais e melhor.

Posso acrescentar que o facto de ter estado na DG/AAC me deu uma ótica diferente para aquilo que é o CF/AAC. Tinha estado noutra estrutura central da AAC e senti que não tinha dado tudo o que queria, então mudei de estrutura para o fazer.

Podes partilhar connosco os teus planos para o mandato?

Vou ter de dizer um cliché, mas os meus planos têm como base os meus quatro pilares de campanha. Proximidade a todas as estruturas, tanto dos núcleos como das secções culturais e desportivas. Quero trazer mais estabilidade à casa, ou seja, sentar-me com os outros órgãos centrais para resolver os problemas com a maior rigorosidade possível. Credibilidade, aquilo que quero é dar a conhecer aos estudantes e associados efetivos e seccionistas aquilo que é o CF/AAC, sinto que a comunidade estudantil não sabe o que é, infelizmente. Por último a vontade, um dever inacabado daquilo que foi a minha prestação na AAC. O primeiro objetivo que tenho para este mandato é realizar as eleições da TV/AAC, do Núcleo de Medicina Dentária e do Núcleo de Arquitetura. Será a minha primeira função.

Sobre aproximar os estudantes do conselho fiscal. É uma questão recorrente, mas concretamente o que se pode fazer quanto a isso?

Nós já começamos na nossa campanha, fizemos dois vídeos explicativos muito bons. Um a explicar o que é o CF/AAC e como se divide, outro explicava também aquilo que eram os estatutos. Começamos por aí na campanha, até porque não queremos eleitores desinformados. Agora um dos próximos passos é começar a aparecer mais, estar presente nas assembleias de núcleos e nas de secções culturais e desportivas. O CF/AAC acaba por ser um órgão que resolve tudo, mas por vezes não aparece, queremos colmatar essa falha. 

De fevereiro para agora mudaram muitas coisas, foi preciso repensar as estratégias com as quais te candidataste pela primeira vez?

Nós esperávamos já estar eleitos desde fevereiro, para nós a maior mudança foi não estar eleitos.  Muito daquilo que foi acontecendo acabou por cair no fiscal atual e não em nós. Agora temos é que condensar o nosso trabalho, pois se tivéssemos começado na altura prevista não seria necessário. A nível de motivação ela não decresceu, apenas cresceu. Como equipa esperar por este momento apenas nos fez crescer e ganhar mais força para o que aí vem. A nível de estratégia confesso que ela se mantém. Apenas não conseguimos desenvolver projetos que deveriam ter sido desenvolvidos por nós. Mas a questão dos regulamentos internos, por exemplo, tanto como nós pensamos acabou por recair no nosso mandato. 

Estás satisfeita pela forma como o CF/AAC atual entregou a AAC? 

Tenho falado com o Francisco bastantes vezes e também estive envolvida, a convite dele, nas eleições dos núcleos. Portanto já deu para perceber algum do trabalho que foi deixado por ele. Ainda não tenho acesso a muita coisa, no entanto.

Já há data para a tomada de posse?

Sim há, será dia 2 de novembro pelas 21h30 no Departamento de Química.

Em relação às eleições, a Lista D fez um comunicado com fortes críticas a todo o processo na sua página de Facebook.  Entre várias afirmações mencionaram que “não é um acaso a abstenção ter sido tão elevada”, e até que houve “quase uma proibição de contacto com os estudantes”. A vossa lista sentiu estes obstáculos e partilha desta visão?

Por acaso ainda não li. Aquilo que nos foi dito em comissão eleitoral, foi para termos cuidado quando estivéssemos em campanha. Na distribuição de panfletos ou brindes por exemplo, foi nos dito para não fazermos campanha dessa forma. Devido à pandemia, claro. No entanto, nunca nos foi proibido falar com qualquer pessoa, sempre cumprindo as normas de segurança. E nós acabamos por optar por uma campanha estritamente online.

Na história recente do CF/AAC estão alguns momentos de confronto com outros órgãos da AAC. Na tua visão o CF/AAC deve assumir esse tipo de posição?

Não acho que o CF deva ser benevolente, mas também não se trata de confronto direto com qualquer tipo de estrutura da casa. Acho que o CF tem de ser um facilitador de processos dentro da sua não benevolência nos processos. Ou seja, tem de ser assertivo, mas ponderado nas suas decisões, facilitador, mas rígido ao mesmo tempo. 

Claro que se alguma estrutura não estiver em cumprimento com os estatutos, ou haja alguma situação em que o CF tenha de intervir em oposição, isso irá sempre acontecer. Não terei qualquer tipo de problema. Mas antes disso tentarei sempre arranjar outras soluções ou facilitar o processo, dentro da lei que são os estatutos.

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