Desporto

[II Liga] Académica – Feirense: os estudantes, um a um

Diogo Machado

O um a um está de volta e, com ele, um regressado à Briosa que tem tido uma vida madrasta. Nem tudo foi enfadonho e deu para Paulo Sérgio Santos perceber que há jogadores como o vinho do Porto e que, no banco, há uma espécie de Dr. Jekyll e Mr. Hyde.

91. Mika – 7

Vejamos uma coisa, isto mal começou e a equipa, tirando uns 30%, nem é má. Portanto, à boa maneira tuga, podemos manter a esperança, as velinhas acesas à Nossa Senhora do Socorro e irmos dormir hoje, embalados pelo forte desejo que caso subamos, tudo terá sido ao grandioso Mika e às suas duas enormes defesas, uma delas a uma grande penalidade. Uma história para contar aos netos.

22. João Simões – 2

Por falar em histórias, esta também é boa. Reza a lenda que o pequeno João terá visto o seu futuro amputado e direcionado a dois longos anos passados na Anadia e em terras galegas porque, um dia, festejou algo com a camisola de um clube que começa por Sport e acaba em ing. Voltou este ano à Académica para jogar ao lado de Zé Castro. A vida continua a ser madrasta. (p.s. – saiu lesionado)

83. Zé Castro – 3

Por onde começar? Excelente posicionamento no golo do Feirense e um festival de passes longos, teleguiados. Uma exibição na senda das de anos anteriores.

4. Silvério Júnio – 3

Ao ver jogos pela televisão é que se percebe que há malta com cara de miúdo. No ano passado elogiámos a sua origem caixineira como fonte da sua agressividade. Mas é quase o mesmo que a AAC ter um segurança de dois metros e setenta quilos – não vai assustar ninguém.

5. Bruno Teles – 4

Nós sabemos o que a Académica fez em temporadas anteriores. Ora vejamos: Nuno Santos, Nélson Pedroso, Mauro Cerqueira/Francisco Moura, Bruno Teles. Veem aquele padrão inegável a formar-se, qual mancha de humidade resultante daquele cano que rebentou há quatro anos? Vamos repetir, todos juntos: remendos não resultam e saem mais caros.

6. Ricardo Dias – 6

Há jogadores que eu não consigo entender. Os contratos, aquele documento incógnito para todos os adeptos, serão de um ano, mas, invariavelmente, vão ficando, tornam-se mobília da casa ou aquele tio que traz as melhores prendas. Dias, para o ano resolve a tua vida mais cedo. A cidade é simpática e nós precisamos da tua presença e dos passes impróprios para diabéticos.

95. Guima – 4

Veio cá fazer um Almeida Garrett e terminou o seu curso na Alcochete Academy no ano passado. Foi até à Polónia, que o mercado de trabalho não está para os novos (nem para ninguém) e voltou ao sítio onde julga que foi feliz. Toda a gente pensa que foi feliz em Coimbra durante os loucos anos académicos. Mas sabem o que me fazia mesmo, mesmo feliz? O Reko.

27. Fabinho – 3

Aparentemente, segundo o simpático comentador da Sporttv, é um 10. E eu podia ser um cirurgião, pianista, quiçá Presidente da República. Podia, mas não sou. Mas podia ser? Podia. Mas sou? Não. É como o Fabinho e o ser um 10. Esta noite, pelo menos.

7. João Mário – 5

Gosto do moço, tem ginga, bom remate, velocidade. Mas isso também o Barnes tinha, ao início. E o Romário Baldé. Ah, apanhei-vos, o Romário não. Vejamos os próximos episódios, dizem os entendidos que se devem dar quatro oportunidades.

20. Traquina – 7

A personificação perfeita do vinho do Porto, o exemplo de que a idade pode trazer uma miríade de características fantásticas. E reparem, o Traquina nem sequer foi internacional uma vez por Portugal no Torneio Internacional Vale do Tejo. É, para todos os efeitos, o nosso novo Marinho, mais alto e menos elétrico.

10. Bouldini – 6

É só pontos positivos. Parece baixo, mas é alto. Segura bem a bola e não faz dribles fortuitos. Sim, não estuda Arquitetura, mas também não podemos pedir o céu e a Terra. Tem 24 anos e zero historial de operações e recuperações morosas ao joelho. Falta a cereja no topo do bolo: o máximo de golos numa temporada é de três. Isto tem mesmo tudo para correr bem!

33. Rafael Vieira – 4

Está encaminhado para ser o futuro ex-lateral direito da Académica, força de circunstâncias maiores. Relembro apenas que, como sempre, a História arranja formas curiosas de se repetir. Lembram-se de um tal de Brendon Lucas? Pois…

99. Rafael Furtado – 1

A nota simpática para um tipo com um poderio físico de fazer inveja aos porteiros do NB e que poderá, ou não, passar de forma efémera pela nossa Briosa.

70. Filipe Chaby – 5

OPÁ, OPÁ, OPÁ! (espero que o número da camisola reflita o número de minutos que já consegue aguentar em campo antes de rebentar e desaparecer)

13. Fábio Vianna – 3

A classe de ter uma repetição de consoantes no sobrenome. Tem 21 anos e bom toque de bola – conseguem ver o padrão?

T. Fernando Alexandre/Rui Borges – 5 Os nossos Dr. Jekyll e Mr. Hyde. Não são um caso estranho, dado que conhecemos bem os contornos da eterna saga dos treinadores sem o nível apropriado. Mas são, se observarmos bem, a dicotomia perfeita dos técnicos que temos tido desde que descemos, a escolha entre o fato de treino e a impecabilidade de umas calças ‘slim fit’ e uma camisola justa. Um pouco como um improvável par Costinha/Ricardo Soares ou César Peixoto/Ivo Vieira. Tenho uma grande expetativa, para ser sincero. O plantel é porreiro e hoje não jogaram mal, tirando o centro da defesa e o meio-campo (menos tu, Dias, menos tu).

To Top