“Falta um zero para a cultura”, admite João Gonçalo. Prato social na Cantina Amarela prometido para dia 25 de março. Por João António Gama
Foi o Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra que abriu portas à segunda Assembleia Magna da Associação Académica de Coimbra (AM/AAC) do ano civil. A fraca adesão da comunidade estudantil permitiu apenas uma votação. Em debate estiveram vários temas, entre os quais os investimentos nas secções da casa, a distribuição dos espaços do edifício e custos previstos pela Direção-Geral da AAC (DG/AAC), como o jantar de tomada de posse.
O presidente da Assembleia de Revisão de Estatutos Extraordinária da AAC, João Bento, expôs algumas das mudanças elaboradas pela Assembleia de Revisão de Estatutos Extraordinária nos Estatutos da AAC. A mudança de método de eleição da Comissão Disciplinar da AAC (CD/AAC)– de votações indiretas para diretas – mereceu comentários por parte de Pedro Andrade, aluno da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). O estudante sublinhou que a alteração podia vir a pôr em causa a transparência da eleição e lembrou que há quem “prefira servir-se a si próprio e não à casa”. Em resposta, João Pinto Ângelo, que estuda na Faculdade de Direito da UC e que contribuiu para a criação da CD/AAC, contou que foi com agrado que viu esta mudança, por agora os estudantes poderem escolher quem compõe o órgão.
O administrador da Direção-Geral, João Gonçalo, subiu ao púlpito para apresentar o Relatório Anual e Contas da DG/AAC de 2019 e o Orçamento da AAC para o ano de 2020. Devido aos documentos terem sido entregues fora de prazo, o Conselho Fiscal da AAC (CF/AAC) não teve oportunidade de emitir um parecer sobre os mesmos. Assim, não foi possível realizar a votação prevista na ordem de trabalhos, o que não foi impedimento para o debate. O facto de estar orçamentado um jantar de tomada de posse da DG/AAC levou o presidente do CF/AAC, Francisco Costa, a lembrar que, no mandato anterior, este gasto havia sido assumido por parte da DG/AAC como desnecessário. João Gonçalo contra-argumentou ao dizer que “o gasto está orçamentado, mas isso não significa que seja gasto”, e salientou que, desta vez, se reduziu o custo em cerca de mil euros.
O presidente da Televisão da AAC, António Cerca, usou a oportunidade para lembrar que, embora tenham sido feitas obras no valor de 1200 euros no espaço ocupado pela secção, no quinto piso do edifício, as mesmas não conseguiram reparar as falhas estruturais, que dificultam as atividades. Outra parcela do orçamento que foi motivo de discussão foi o montante destinado às secções culturais. O documento apresenta um valor de cinco mil euros, que o administrador afirmou ter sido um erro. “Falta um zero”, justificou.
Tal como em anos e magnas anteriores, João Pinto Ângelo usou a palavra para criticar a exploração comercial dos espaços do piso 0 do edifício da AAC, quando existem secções culturais sem locais adequados para o seu funcionamento. O presidente da DG/AAC, Daniel Azenha, reiterou que, se fosse por sua vontade, “cedia todo o edifício às secções culturais e desportivas”, mas que a AAC tem encargos financeiros que o impossibilitam. Questionado sobre o prato social na Cantina Amarela, o presidente da DG/AAC garantiu ter obtido confirmação da Reitoria da UC de que este vai estar disponível a partir de 25 de março, mais de um ano após estas terem sido reabertas.
Na sua exposição do Plano de Atividades da AAC para o mandato de 2020, Daniel Azenha levantou o pano sobre o que a DG/AAC se propõe a fazer este ano: a criação de um Conselho Internacional, para “promover o choque de culturas” e evitar o isolamento dos alunos estrangeiros; transformar o “armazém onde estão guardados 132 anos de espólio” no Museu Académico; promover o projeto “AAC on Tour”, para captar alunos de todo o país; entre outras iniciativas.
A votação do Relatório Anual e Contas da DG/AAC foi adiada para uma AM futura.
