Desporto

À terceira não foi de vez

Académica aumentou número de derrotas consecutivas para três , com erros defensivos a voltarem a marcar a exibição. César Peixoto acredita no seu trabalho, mas afirma que o clube tem de saber o que quer para o futuro. Texto por Diogo Machado e fotografias por Paulo Sérgio Santos

Às 11h15 soava o apito para o início do confronto entre a Académica e o Nacional da Madeira no Estádio Cidade de Coimbra. A equipa da casa entrava em campo após duas derrotas seguidas pautadas pela falta de eficácia no último terço do campo, enquanto a formação do Nacional procurava a liderança provisória do campeonato. Em relação ao jogo de Mafra, para além do já conhecido Barnes Osei, por suspensão, ficaram de fora Marcos Paulo, lesionado, e Arghus, Hugo Almeida e Traquina, por opção. César Peixoto optou, portanto, por dar a titularidade aos estreantes João Mendes e Derik Lacerda.

Foram precisos sete minutos para ser disferido o primeiro remate da partida, sendo que os primeiros dez minutos não viram nenhum brilho ofensivo por parte de ambas as equipas. O Nacional aproximava-se ocasionalmente da baliza de Tiago Pereira, mas sem grande perigo. Após o primeiro quarto de hora a linha defensiva dos estudantes começou a demonstrar as suas debilidades, enquanto a formação insular controlava a posse de bola tendo aos 20’ cerca de 65% da mesma.

As falhas na defesa da Académica continuavam a ser expostas, até que, aos 23’, um péssimo atraso para o guarda-redes por parte de Yuri Matias cria confusão dentro da área e Silvério Júnio comete falta, sendo assinalada grande penalidade a favorecer os insulares. Bryan Rochez chegou-se à frente e converteu da marca dos 11 metros, dando a vantagem à equipa visitante aos 25’ de jogo.

Passavam apenas cinco minutos e Yuri Matias quase oferecia mais um golo aos adversários, mas para felicidade da equipa da casa, a bola bateu na barra e não chegou a passar a linha da baliza. A Académica procurava reagir, e aos 36’, tem uma grande oportunidade dentro de área após um passe de calcanhar por parte de Filipe Chaby, que deixou Mauro Cerqueira isolado para a baliza, tendo sido parado pelo guarda-redes do Nacional, Daniel. Um minuto depois, a Académica foi forçada a fazer a sua primeira substituição devido a lesão de Derik Lacerda, substituído por Hugo Almeida.

A equipa da casa chegou em desvantagem ao intervalo. Assim que se iniciou a segunda parte, a equipa de César Peixoto entrou com uma postura completamente diferente daquela apresentada na primeira parte, procurando ter a posse de bola e assentando o seu jogo em triangulações rápidas. Foi num desses momentos, aos 50 minutos, que Chaby, já dentro da grande área nacionalista, marcou o golo do empate, para delírio dos fãs da equipa de Coimbra.

O equilíbrio no marcador duraria, contudo, apenas dois minutos. Na sequência de mais uma série de facilidades no lado esquerdo da defesa estudantil, e de uma enorme passividade dos dois centrais da Académica, Camacho colocou novamente o Nacional na frente do marcador, com um forte remate já perto da pequena área. Após o segundo golo, o Nacional adotou uma estratégia mais defensiva, que César Peixoto considerou, já na conferência de imprensa, “anti-jogo” e que é muitas vezes o estilo de jogo adotado pelos adversários.

A formação da casa foi tendo mais posse bola e mais oportunidades, mas Daniel estava imbatível, fazendo a defesa do jogo a um remate fortíssimo, à queima roupa, de Hugo Almeida. Nos últimos 20 minutos, a formação de César Peixoto dominou o jogo, mas nunca conseguiu chegar ao golo do empate, tendo os vários cruzamentos efetuados pelos alas da Académica a serem sempre retirados da área pelos defesas do Nacional. Aos 89’, Leandro Silva viu o cartão vermelho direto, após uma entrada dura, junto à linha lateral, num lance que motivou muitos protestos por parte do banco e dos jogadores da Académica. Mesmo com apenas dez jogadores, a Académica lutou até ao apito final, mas, sem sucesso, acabou por sofrer a terceira derrota seguida.

Na conferência de imprensa, Luís Freire afirmou que “o Nacional está focado em trabalhar desde o início da época”. Acrescentou ainda que a sua equipa esteve “bem no jogo, mas na segunda parte houve receio por parte dos jogadores”. Por sua vez, César Peixoto refere que “não era o resultado que todos queriam, mas o jogo foi encarado, desde o início, com vontade de vencer”. O treinador dos estudantes defendeu os seus jogadores, assumindo os seus erros como sendo em função do que lhes ordenou.

Quando questionado sobre a estabilidade do seu lugar como treinador principal da equipa de Coimbra, abordou o assunto com à-vontade, salientando que “o futebol é assim, quem não estiver preparado não está cá a fazer nada” e que acredita que vai arranjar soluções para a equipa. Contudo, não deixou de observar que “a Académica tem de perceber o que quer para o seu futuro. Se nos últimos três, quatro anos, todos os treinadores foram o problema e não existem mais problemas no clube”.

A Académica volta a entrar em campo no próximo fim-de-semana, defrontando o Feirense novamente em casa. Os estudantes jogam uma cartada decisiva nas suas ambições de subida, dado que somam apenas quatro pontos em cinco jogos, estando muito perto dos lugares de descida.

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