Tecnologia pronta para ser testada em situações reais. Objetivo passa por resolver problemas ambientais. Por Ana Mota
SHOWTIME, acrónimo de “Steel Hybrid Onshore Wind Towers Installed with Minimum Effort”, é o projeto desenvolvido pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) com o objetivo de aumentar a produção de energia eólica. É uma iniciativa europeia que junta várias instituições de investigação e empresas, de diversos países, tais como a Alemanha, a Espanha, o Reino Unido, a Suécia e Portugal. Esta está inserida no programa Research Fund for Coal and Steel (RFCS), contando com um financiamento da Comissão Europeia no valor de cerca de dois milhões de euros.
A finalidade é a contrução de torres metálicas mais altas, com cerca de 220 metros, para que estas sejam capazes de suportar turbinas mais potentes. As turbinas podem ter uma capacidade dez vezes superior à das atuais, fazendo com que seja possível triplicar a produção de energia. O líder do projeto, Carlos Rebelo, docente e investigador do Departamento de Engenharia Civil da FCTUC, explica que as torres mais altas têm vantagens pelo facto de “a velocidade da potência ser maior e o vento mais estável, devido à maior altura”.
Para a construção das mesmas foi desenvolvida uma forma de reduzir os custos de fabricação e uma de transporte eficiente, que permite que as torres sejam montadas sem a necessidade de gruas de grande envergadura.
O docente admite que este é um projeto que, “do ponto de vista tecnológico, está terminado e que pode ser testado em situações reais”. No entanto, apesar de a tecnologia já estar disponível, falta “ser instalado um cenário em escala real que tem de ser testado durante três a cinco anos até o produto estar pronto para ser comercializado”, acrescenta Carlos Rebelo. Isto porque ainda só foi construído um protótipo à escala reduzida. De seguida, é necessário despertar o interesse do mercado, para que possa ser feita uma produção em massa.
Este projeto ganha maior destaque pelo facto de existir “uma linha interessada em resolver os problemas ambientais”, justifica o investigador. Deste modo, torna as energias renováveis mais competitivas em relação às energias fósseis.
