“Basear a linha de raciocínio na Crise Académica de 1969” é um dos objetivos. COQF estuda a hipótese de uma noite dedicada, em exclusivo, aos fados. Por Vasco Borges
“Da tradição irreverente, nasce a história do presente” é o lema da edição de 2019 da Queima das Fitas de Coimbra (QF’19). A apresentação oficial do evento decorreu, esta tarde, no Café Santa Cruz, localizado na Baixa de Coimbra. O evento contou com a presença dos elementos da Comissão Organizadora da Queima das Fitas (COQF).
Em 2019 celebram-se 50 anos da Crise Académica e, como explicou o secretário geral da COQF, Carlos Leandro Marques, a efeméride não vai passar ao lado da organização. “O objetivo é basear a linha de raciocínio na Crise de 1969 e transportar a irreverência das tradições de Coimbra para os dias de hoje”, esclareceu. Em alusão a esse mote, o cartaz oficial baseia-se na cena inicial no filme de animação “O Rei Leão”, com os símbolos da academia e da praxe a surgirem no cimo da Torre da Universidade de Coimbra, perante o olhar de estudantes trajados.

O incentivo à participação dos estudantes nas atividades tradicionais da Queima das Fitas é uma das principais metas da COQF. A comissária da Representação Institucional, Serenela Luz, defendeu que “é fundamental recuperar a participação ativa dos estudantes nas atividades” e relembrou que “a Queima é um ícone da cidade e não se limita às Noites do Parque”.
A Serenata Monumental vai realizar-se na noite de 2 de maio, nas escadas da Sé Velha. A novidade este ano será a recuperação da Ceia dos Boémios, com lugar na cantina dos grelhados no fim da Serenata. As Noites do Parque vão estender-se de 3 a 10 de maio. Em relação aos artistas, o comissário para a Produção, Miguel Raimundo, realça a preocupação em “apostar em músicos emergentes e, na sua maioria, do panorama musical português”. A organização do palco secundário vai estar, pela primeira vez, a cargo da Rádio Universidade de Coimbra durante toda a semana e vai contar com um reforço nas verbas atribuídas.
A chegada tardia dos estudantes ao recinto e a pouca afluência aos concertos de abertura, a cargo das tradicionais tunas, são problemas com que a COQF se tem deparado ao longo dos anos. Carlos Leandro Marques, ressalvou que quer combater essa tendência. “Está a ser desenvolvida, em conjunto com Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra, a possibilidade de haver uma noite dedicada, em exclusivo, aos fados”, divulgou. Em estudo, está também a abertura do recinto durante a tarde.
No que diz respeito ao impacto ambiental do evento, Serenela Luz garantiu que vai haver uma aposta reforçada em reduzir a sua pegada ambiental. Os copos reutilizáveis vão continuar a marcar presença no Parque da Canção e ao longo dos próximos meses vão decorrer campanhas de sensibilização nas várias faculdades.
Sem revelar o número exato, Carlos Leandro Marques afirmou que o orçamento para 2019 é semelhante ao do ano anterior. Em concordância, também os preços vão ser os mesmos da edição de 2018. Durante pré-venda, o passe geral terá o custo de 40 euros. Depois, o valor ascenderá aos 50 euros. O desconto para estudantes bolseiros mantém-se e está em estudo a criação de um “‘pack’ de fim-de-semana” direcionado para ex-estudantes e para os cidadãos que não façam parte da academia.
A QF’19 tem início já no mês de março, com várias iniciativas culturais e desportivas a ser promovidas por múltiplos espaços da cidade. O programa conta com o tradicional “Peddy Tascas”, com concursos de bandas e cultura geral, jogos de ‘Laser Tag’ e ‘e-sports’, entre muitas outras atividades. No dia 24 abril, realiza-se um “Warm Up”, num evento descrito pela organização como um “aperitivo para aquilo que serão as Noites do Parque”.
