Ensino Superior

NEFLUC/AAC organiza primeira Feira de Empregabilidade de Letras

Micaela Santos

Evento pretende promover “contacto direto entre os estudantes e as entidades empregadoras”. Apesar do ‘feedback’ positivo, presidente do núcleo aponta falta de apoio da UC e pouca adesão como principais falhas. Por Isabel Pinto

Começou dia 13 a primeira Feira de Empregabilidade da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC). Organizado pelo Núcleo de Estudantes da FLUC (NEFLUC/AAC), o evento contou com várias palestras direcionadas aos alunos dos diferentes cursos da faculdade. O espaço escolhido para a primeira fase da iniciativa foi o Teatro Paulo Quintela, no terceiro piso da faculdade, e as conferências decorreram ao longo do dia. A segunda fase vai acontecer no mesmo lugar no próximo dia 19.

O presidente do NEFLUC/AAC, Marco Cosme, explica que este tipo de iniciativas já aconteciam noutras faculdades, como a de Economia ou a de Ciências e Tecnologia. “No Pólo II fazem-se feiras em que até as próprias empresas contactam o núcleo, é um registo totalmente diferente”, acrescenta. Segundo Marco Cosme, sendo o NEFLUC/AAC o maior núcleo de estudantes da Associação Académica de Coimbra, faltava uma atividade relacionada com saídas profissionais. O presidente esclarece que o primeiro dia teve um caráter “mais teórico” e que, no segundo dia, vai haver “um contacto direto entre os estudantes e as entidades empregadoras”.

Marco Cosme salienta a forma “pragmática e direta” como os oradores expuseram o que um empregador procura num candidato. Clarifica que isso “é bom para os estudantes porque têm um conhecimento prévio do que vão encontrar ao terminar os estudos”. Acrescenta ainda que, em diversas palestras, foram destacados o domínio de vários idiomas como “pilar de qualquer emprego” e os estágios extracurriculares como “valências valorizadas no currículo de um candidato”. Para o presidente do NEFLUC/AAC, “isso mostra que as ciências sociais e humanas também têm emprego em comparação com as ciências exatas”.

O objetivo era trazer três empresas direcionadas para cada uma das 13 licenciaturas da FLUC, mas tal não foi possível por algumas terem recusado. As licenciaturas que ficaram em falta foram as de Línguas Modernas e de Filosofia, apesar de terem sido contactadas várias instituições. O presidente aponta como problema a falta de recetividade por parte dos empregadores que “não responderam ou foram rudes”.

Outro obstáculo foi a falta de apoio da universidade e do seu Gabinete de Saídas Profissionais, pois a “seriedade com que os assuntos são tratados é diferente se for a instituição a contactar as empresas”, aponta Marco Cosme. Por último, frisa a falta de pro-atividade dos alunos, em geral, que “precisam das atividades extracurriculares como complementos do curso, mas não procuram concretizá-las”.

Em relação à adesão ao evento, “de manhã houve pouca, mas à tarde a afluência foi maior”, afirma Marco Cosme. Acrescenta que o ‘feedback’ tem sido positivo e que a razão pela qual os estudantes não aderiram tanto foi por terem aulas no mesmo horário das palestras. A solução do problema nas próximas edições do evento passa por “captar a atenção dos docentes para que levem os alunos às conferências no decorrer das suas aulas”.

Fotografia: Isabel Pinto

Mariana Costa Rodrigues, mestranda em Arqueologia e Território na FLUC, declara que a oportunidade é “espetacular” e que “o problema é a falta de adesão dos estudantes”. Sublinha também que, por ser a primeira vez que o evento se realiza nesta faculdade, “era importante que mais alunos participassem”. Apesar de as palestras a que assistiu não serem direcionadas à sua área de estudo, Mariana considera a atividade “muito interessante”, quer para alunos em fase final dos estudos como para alunos no início do seu percurso. “É muito bom ter-se já uma noção de como funciona o mercado de trabalho”, justifica. A mestranda da FLUC sugere ainda que em anos seguintes se aposte na publicidade e “em notificar os estudantes via ‘e-mail’”.

O presidente do NEFLUC/AAC admite como falha o controlo do tempo de cada palestrante e assegura que “erros são normais nas primeiras edições”, mas que “o importante é persistir para melhorar”. Garante ainda que a Feira de Empregabilidade correria “muito melhor” com o apoio da universidade.

Já no dia 19, vai ser promovido um contacto direto entre os estudantes e as empresas. Marco Cosme explica que “os alunos vão poder entregar currículos”. Por isso, considera que vai haver uma maior afluência.

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