Cidade

Receita do turismo aumenta na UC e na Região Centro

Isabel Pinto

Dados provisórios indicam que o centro de Portugal foi visitado por mais portugueses em 2018. Visitantes estrangeiros diminuíram de forma ligeira. No entanto, a receita da atividade turística aumentou. Por Isabel Pinto e Isabel Simões

O Instituto Nacional de Estatística divulgou, ontem, quinta-feira, os resultados preliminares do Turismo no país em 2018. Em relação ao ano anterior, o número de visitantes diminuiu em apenas 5 206 hóspedes para um total superior a três milhões, na Região Centro. Há que ter em conta que 2017 foi o ano da visita do Papa Francisco a Portugal e do Centenário das Aparições em Fátima. Quanto às receitas verificou-se um aumento de dois milhões de euros no último ano.

Segundo o presidente da Agência de Promoção da Baixa de Coimbra (APBC), Vítor Marques, “restauração, cafetaria, alojamento e hotelaria” são os principais focos em que o investimento “tem sido muito forte”. Acrescenta que mais comércio de “pronto-a-vestir, sapataria, artigos infantis ou ‘bricolage’ contribuiriam para atrair mais pessoas” ao Centro Histórico de Coimbra.

O aumento de turistas nacionais em 148 222, na Região Centro, equilibrou o decréscimo de 11,4 por cento de turistas estrangeiros. Quanto às origens, chegaram à região mais visitantes do Brasil e de Espanha. Enquanto os brasileiros vêm ao longo de todo o ano, os espanhóis passam a fronteira nas épocas festivas, referiu o presidente da APBC. Já em época baixa “são os asiáticos quem mais procura a cidade de Coimbra”, destaca.

Dados do INE. Infografia por Maria Francisca Romão

Pedro e Inês, um casal de Lisboa, numa “escapadela de fim de semana”, quis ver e conhecer melhor a cidade do Mondego. “Moderna, bonita e histórica”, Coimbra “vale a pena”, confessa Pedro. Inês acrescenta que pelo facto de ficar perto de Lisboa espera voltar com mais regularidade.

Nicolas, um turista francês que visitava a Universidade de Coimbra com a esposa e um filho pequeno, explica que tem familiares a viver perto da cidade que só conhecia por reportagens e documentários na televisão. Conta que ficou impressionado com a antiguidade dos monumentos que coexistem com uma população jovem. “De um lado a história, do outro o futuro”, ilustra.

Uma lojista do Quebra-Costas, Patrícia Almeida, descreve algumas desvantagens da cidade apontadas por clientes: os sacos do lixo ficarem à porta das habitações, o estacionamento ser parco e cobrado e o serviço de atendimento ser pouco esclarecedor nos postos de turismo. No geral, “gostam muito da cidade, dos monumentos, da Universidade, o que falha são os pormenores”.

Turismo na Universidade de Coimbra (UC)

“O turismo na UC em 2018 estabilizou em relação a 2017”, partilha o vice-reitor da instituição e responsável pelo turismo, Luís Filipe Menezes. Apesar de uma diminuição de cerca de 10 mil turistas, “o que é insignificante”, a receita líquida aumentou. No topo das visitas estão os franceses, seguem-se os brasileiros, espanhóis e italianos. O turista japonês é o sétimo que mais visita o Pátio das Escolas e o interesse dos habitantes dos Estados Unidos está a aumentar, esclarece.

Em seis anos a UC passou de receber 190 mil viajantes para 500 mil. O objetivo passa agora por “melhorar a qualidade da oferta, ter produtos mais diferenciados e dirigidos a públicos diversificados”, alega o responsável pelo turismo da UC. Conclui que a receita de 3,9 milhões de euros em 2017 e de 4,2 milhões em 2018 tem contribuído para recuperar o património, embora “não seja suficiente”.

Fotografias por Isabel Pinto e Isabel Simões

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