Cidade

Luta para travar exploração de gás chega a Coimbra

Saul Denofre

Impactos ambientais levam à criação de uma linha de resistência. Segunda sessão vai ter lugar, amanhã, na Galeria Santa Clara. Por Saul Denofre e Paula Martins

Por entre agulhas e lãs, Coimbra recebe a campanha “Linha Vermelha”. Evento pretende consciencializar os cidadãos para os prejuízos resultantes da extração de gás prevista para a região centro. O projeto de alcance nacional chegou hoje ao Liquidâmbar, em sessão que junta tricô e ‘crochet’, ao esclarecimento sobre os perigos da exploração.

O objetivo da campanha, passa por tricotar uma linha vermelha com 52 quilómetros de extensão. Durante as sessões de ‘crochet’, os participantes vão “debater de forma leve, mas sem perder a seriedade, questões ambientais”, declara João Costa, um dos fundadores da “Linha Vermelha”. Tânia Ferreira, tricoteira e participante no evento, comenta que “a metáfora de tecer uma linha vermelha é como se todos abraçassem esta iniciativa”.

Neste momento, as previsões apontam para que Aljubarrota e Bajouca, no distrito de Leiria, sejam alvo de explorações de gás já no próximo ano. Segundo João Costa, a maior preocupação prende-se com a contaminação das águas. “Existe a probabilidade de os furos contaminarem os lençóis freáticos perto de povoações”, afirma. E acrescenta que “o local onde se pretende fazer o furo na Bajouca tem habitações a menos de 500 metros”.

Para além dos prejuízos ambientais, “o avanço das explorações não é compatível com a aposta no turismo rural defendida pelas autarquias”, alerta João Costa. Perante isto, o mesmo realça a necessidade de “mobilizar as pessoas para esta causa, uma vez que os impactos ambientais vão ser irreversíveis”.

Num ano e meio de existência, “o projeto já conta com a participação de 30 grupos em todo o país”, refere o fundador. Pela causa, “já se juntaram cerca de 2500 pessoas a tricotar”, concluí. Aliar a arte do ‘crochet’ a este tipo de iniciativas é, para Tânia Ferreira, “uma maneira de mostrar que qualquer um se pode juntar à ação”.

Amanhã, dia 1 de dezembro, entre as 16h e as 19h, é a Galeria Santa Clara que recebe mais uma sessão do projeto. “O espírito de ajuda e a partilha de conhecimentos também vão estar presentes neste acontecimento”, conclui Tânia Ferreira. “A participação na iniciativa não passa apenas pela atividade de tricô, o público está convidado a assistir à sessão esclarecimento”, clarifica a organização.

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