Ensino Superior

Jardim Botânico reabre após passagem do Leslie

Miguel Mesquita Montes

Estragos provocados por tempestade recuperados de forma parcial. Intervenções exigem custos que ultrapassam os 500 mil euros. Por André Crujo e Maria Salvador

Após a interrupção causada pela destruição da tempestade Leslie, o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra (JBUC) reabre esta sexta-feira. Entre os danos causados, constam infraestruturas e a destruição de várias espécies arbóreas centenárias. A data de abertura da mata ainda está por anunciar, pelo que apenas a secção do jardim, que se encontra encerrada desde dia 13 de outubro, vai ser reaberta.

“A maior perda do jardim são as árvores de idade avançada e de maior porte”, revela António Gouveia. Acrescenta que “um espaço dinâmico como um jardim é sempre recuperável”. Algumas espécies apenas vão ter a mesma escala dentro de 150 anos. Isto é possível dado o espaço ser constituído por organismos vivos. Por outro lado, “o património é recuperado através de intervenções especializadas”, explica. Os custos de recuperação do JBUC superam os 500 mil euros.

“A figueira estranguladora, árvore icónica do jardim, ficou um pouco desbastada, mas vai sobreviver”, afirma o diretor do JBUC, António Gouveia. Algumas das medidas de ação tomadas incluíram “podar árvores para a sua segurança” e a “sinalização dos estragos do património, para que as pessoas estejam atentas”, conclui o diretor.

Existe ainda a necessidade de uma “reorganização paisagística, devido às espécies afetadas”, informa o diretor. António Gouveia explica que “se trata de uma coleção com curadoria”, e realça que “estas têm interesse a nível de ensino e, por isso, é importante aumentar a diversidade”.

Apesar dos danos causados, António Gouveia confessa que “dentro de uns anos ninguém vai notar esta passagem”. Para o diretor do JBUC, a reabertura do jardim é “algo natural” e afirma que “num período de 250 anos, este espaço temporal nada representa”.

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