Ensino Superior

Más condições no DARQ motivam manifestação

Hugo Guímaro

Aulas no Colégio das Artes retomam no dia do protesto. Caso não haja resposta da reitoria, o NUDA/AAC tem planos de novas intervenções. Por Micaela Santos

As Escadas Monumentais foram o chão da manifestação “Arquitetura na Ruína 2.0”, organizada pelo Núcleo de Estudantes de Arquitetura da Associação Académica de Coimbra (NUDA/AAC). O protesto tem origem na revolta de alunos do Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra (DARQ), perante o estado de degradação do espaço. O evento incluiu a apresentação de uma petição pública, a exposição de faixas e fotografias da deterioração do edifício. A manifestação prolongou-se das 8h30 até às 18h30 do dia 18.

Os estudantes recriaram um protesto que teve lugar no mesmo sítio, a 6 de dezembro de 1993. “Há 25 anos, os alunos juntaram-se nas Escadas Monumentais a fazer uma parede de estudantes para mostrar o desagrado e revolta pelas condições do DARQ”, relembra a presidente do NUDA/AAC, Joana Correia. Após um quarto de século, os estudantes reúnem-se pela mesma causa, para “alertar a reitoria e fazer pressão”, de forma a que esta “invista num projeto de requalificação total do departamento”, explica.

Após a passagem da tempestade Leslie pelo centro do país, o DARQ suspendeu a atividade letiva por falta de condições de segurança. Segundo Joana Correia, as aulas foram retomadas no dia da manifestação, por decisão de um perito que avaliou as condições do edifício.

“Não nos temos de preocupar com os turistas, mas em formar os estudantes”, afirma a presidente do NUDA/AAC. Acrescenta que não há condições para trabalhar no Colégio das Artes, nem os alunos se sentem seguros. “Hoje não temos condições e há 25 anos também não”, reitera. Cláudia Ribeiro, aluna do terceiro ano de Arquitetura, declara que “toda a universidade” está a apoiar o protesto, mas que resta a reitoria estar do lado deles.

No caso de o protesto não surtir efeito, Joana Correia refere que já têm “novas ideias para outras manifestações e outros motivos para pressionar a reitoria”. Do mesmo modo, Cláudia Ribeiro refere que não se trata de uma iniciativa isolada, mas de “um começo”.

A Universidade de Coimbra vai receber três milhões de euros para a realização de obras que vão passar também pela recuperação e restauração do Colégio das Artes. A 11 de outubro do mês presente, o vice-reitor, Vítor Murtinho, afirmou que “o Colégio das Artes é a instituição que tem as piores instalações” no momento. Acrescentou também que “é crucial fazer a requalificação” do espaço, de forma a haver “melhores condições de funcionamento”.

Fotografias por Jéssica Gonçalves e Hugo Guímaro

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