Desporto

Restrições económicas dificultam o arranque de temporada

Secções desportivas e clubes de Coimbra permanecem sem apoios financeiros. Objetivos da temporada passam pela conquista de troféus. Por Samuel Santos

A época 2018/2019 está prestes a arrancar para muitos clubes da região de Coimbra e secções desportivas da Associação Académica de Coimbra (AAC). Sem pôr de parte o desejo de conquistar títulos, não há quem esqueça as dificuldades orçamentais e os apoios financeiros que tardam em chegar.

Olivais à procura de uma época de conquistas

A equipa sénior feminina de basquetebol do Olivais participou, no último fim-de-semana, na taça Vítor Hugo. De modo a antecipar a nova época, o presidente do clube, Jaime Silva, considera que o grupo de trabalho é “heterogéneo e um bom coletivo”. Sublinha esta ideia ao salientar a presença de “jogadoras que estudam na Universidade de Coimbra (UC), estudantes do ensino secundário e jogadoras estrangeiras e mais velhas”.

Apesar de crer que “a época poderia ser preparada de forma diferente, caso o financiamento municipal já tivesse chegado”, Jaime Silva delineia os objetivos para a nova temporada. O presidente do Olivais aponta “os primeiros lugares do campeonato, a Taça de Portugal e a Taça de Federação” como principais metas a atingir. Determinado e crente no sucesso da equipa, lembra que o Olivais conta com várias jogadoras nas respetivas seleções nacionais. Frisa que isto é a prova da boa formação do clube e que estão “na luta”.

Época sobre rodas mas “debilitada” a vários níveis

Prestes a comemorar 80 anos de existência, a Secção de Patinagem da AAC (SP/AAC) aborda a nova época com o objetivo de “elevar o nome da AAC, com desempenho desportivo acima da média”. As palavras são da presidente da SP/AAC, Cristina Oliveira, que coloca o enfoque no hóquei sénior masculino ao considerar como principal meta “garantir a manutenção na segunda divisão”. Ainda assim, Cristina Oliveira não esquece o hóquei feminino sénior e destaca a presença na primeira divisão, mas lamenta “por razões financeiras, a impossibilidade de garantir a presença nas competições europeias”.

A presidente da SP/AAC garante que “a nova tabela de taxas de ocupação do Estádio Universitário de Coimbra vai ter um impacto muito grande na secção”. “Não se sabe se vai ser possível aguentar com o mesmo equilíbrio financeiro”, alerta Cristina Oliveira. Para além de não ter realizado pré-época, devido ao encerramento do estádio durante agosto, a equipa sénior masculina debateu-se com algumas lesões. Por essa razão, a presidente da SP/AAC descreve o princípio de época como conturbado.

Cristina Oliveira deixa um desejo para o futuro. “Era bom que a UC conhecesse este trabalho que a promove, pois quando a secção sai da cidade, as pessoas olham para o seu símbolo”, refere a presidente da secção. “A UC tem a ganhar ao associar-se a nós e apoiar os jovens atletas”, conclui.

Sem treinos à vista e restrições orçamentais que preocupam

“Aquilo que se sente é que se está a lutar contra a maré”. A presidente da Secção de Voleibol da AAC (SV/AAC), Ângela Santos, lamenta que “a nível orçamental existam restrições”. A isto junta-se o facto de “ não haver treinos confirmados, apenas um plano provisório e treinos cancelados”. Apesar de reconhecer o “bom esforço da Direção-Geral da AAC”, a presidente da SV/AAC teme “não ser suficiente”. De modo a procurar uma solução, Ângela Santos informa que têm sido tentados “acordos com outras secções para os horários de treino”.

A equipa sénior feminina disputa a terceira divisão nacional. Para a presidente da SV/AAC, o principal objetivo passa por “alcançar os primeiros lugares”. Consciente da concorrência, lembra que “ser campeã é difícil, devido à aposta forte na subida por parte de outras formações”. Ainda assim, Ângela Santos garante que “a equipa vai lutar pelo primeiro lugar”.

Secção de Andebol fecha portas

O presidente da Secção de Andebol da AAC (SA/AAC), João Paulo Dias, aponta os problemas financeiros como principal razão para o encerramento da secção. “Havia um crescimento do número de atletas e patrocínios, mas ocorreram duas alterações no quadro de taxas de ocupação de espaço”, sublinha João Paulo Dias. O presidente da SA/AAC avança com a existência de um diferendo de sete mil euros e a “falta de receção de verbas, direcionadas para o pagamento do espaço utilizado”.

Ao olhar para o futuro, João Paulo Dias deseja que “o próximo reitor tenha uma alteração na política desportiva”. “O papel da UC não se esgota na cidade de Coimbra, pois os espaços devem ser disponibilizados às secções, pela renda que fazem à AAC e à UC”, finaliza.

Fotografia: Inês Nepomuceno

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