João Pimentel e Paulo Sérgio Santos tentaram transformar o nada em alguma coisa. Tanto que houve mais um episódio do diário de Marinho, uma conversa de táxi com o mister Ricardo Soares e ainda deixaram espaço em branco para os leitores preencherem a gosto. Fotografia por Paulo Sérgio Santos
Ricardo Ribeiro – 5
Profeta da desgraça. Aos 4’ colocou a bola redondinha nos pés de um jogador da Oliveirense, como se de uma profecia desgraçada se tratasse. Manteve a chama acesa nos últimos minutos, até ter subido para o último canto da partida.
Mike Moura – 3
Sabem aqueles laterais direitos que vêm do Brasil e que sabem “defender”? Mike é um desses casos. Embora não tenha vindo do outro lado do Atlântico. E não seja brasileiro.
p.s. – o João Simões já pode sair do castigo? E o Coronas da enfermaria?
Nélson Pedroso – 2
João Real – 5
Temos pena do João Real, a sério que sim. Ninguém merece jogar com um Mike ao lado.
Zé Castro – 4
Foi ponta-de-lança por lesão e não por necessidade, que é só a pior forma de se ser ponta-de-lança na vida. O 4 é porque acreditamos que houve uma certa confusão entre ser ponta-de-lança da Académica ou defesa-central da Oliveirense, tal foi a quantidade de vezes em que andava fora-de-jogo.
Ricardo Dias – 6
Mal-me-quer, bem-me-quer. Mal-me-quer, bem-me-quer. Belenenses, Académica. Belenenses, Académica. Faltam sete jogos. É tempo de começar a pensar na vida.
Guima – 5
Foi médio, foi central e foi expulso.
Chiquinho – 4
Se o futuro de Chiquinho depender deste jogo, para o ano das duas três: ou volta para o Lokomotiva, ou fica na Académica, ou vai para algum destino longínquo e paradisíaco onde achem piada ao que quer que seja que haja para achar piada a este tipo de exibições. (Ufa)
Balogun – 4
Inscreve-se na longa linhagem de extremos de alta cilindrada, manufaturados em longas linhas de montagem de fábricas africanas, para quem jogar futebol significa jogar de olhos no chão.
Luisinho – 3
(espaço deixado propositadamente em branco para ilustrar a exibição – preencher a gosto)
Djoussé – 2
Nunca pensámos que chegaria o dia em que sentíssemos falta de Djoussé. Hoje foi o dia.
Alan Jr. – 3
Procura-se avançado brasileiro responsável por 32 golos em 75 partidas ao serviço do Fafe. Dão-se alvíssaras no valor equivalente ao atual valor de mercado do indivíduo em questão.
Marinho – 5
Jogo 216: comecei novamente no banco. Esta estrutura de plástico suja é deprimente. os bancos também. Sabem o que mais é deprimente? Querer fazer-se um estilo de jogo baseado em cruzamentos e o único tipo que os sabe fazer está aqui a escrever esta entrada de diário.
58’: parece que vou entrar. Finalmente ganharam vergonha na cara.
61’: viram?! É assim que se cruza! RASTEIRO! R-A-S-T-E-I-R-O!
Tozé Marreco – 0
Temos a certeza que entrou porque Diogo Ribeiro está lesionado. Em solidariedade fez exatamente o mesmo que o seu colega costuma fazer, quando calha.
Ricardo Soares – 2
Ó mister, isto assim fica f… lixado, pá. Nem é da arbitragem, mister. Vamos a ver… Entra o Marinho e o Luisinho fica em campo? Que é isto?! O Dias não ficou satisfeito. Depois… Quer-se dizer… Entra um avançado e sai um central? Porque não o apanha-bolas? Isso sim era de valor! De certeza que o pantomineiro de amarelo não ia reparar. E agora, prá Madeira? Tem a Costinha larga? Séquementende. Ai já não é o treinador?
João Malheiro Pinto – 2
Vulgo pantomineiro de amarelo.
Tempo Perdido – 10
O melhor em campo. De ascendência filosófica francesa, indo buscar raízes à melhor tradição anglo-saxónica, o seu caráter abstrato traduziu-se por uma inquietude que se abateu por cada indivíduo que despendeu da sua centena de minutos esta tarde. Não há palavras que diminuam a sensação de vazio. O futuro é este, a inevitabilidade da vida.