Fundação Bissaya Barreto alerta para a necessidade de sensibilizar a sociedade para este problema. Agressões emocionais e psicológicas destacadas nas queixas. Por Margarida Maneta e Ana Rua
Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres assinala-se sábado, dia 25. A propósito, a Fundação Bissaya Barreto alerta para o aumento das denúncias feitas através do SOS Pessoa Idosa. Esta linha dirige-se “às vítimas de violência”, afirma Fátima Mota, assessora da Fundação Bissaya Barreto, para a área social.
Este serviço foi criado em 2014 face “a consciência do número de casos e necessidade de intervir para prevenir este fenómeno”, acrescenta. Através de uma linha telefónica e uma morada eletrónica, este apoio é feito por “um profissional qualificado para recepcionar as denúncias e trabalhar as situações”, clarifica a assessora.
Algumas pessoas ligam apenas para saber informações, contudo Fátima Mota esclarece que “quando as denúncias dão origem a processos, os casos são avaliados”. A Fundação assinou um protocolo de cooperação com a procuradoria-geral distrital de Coimbra “que tem sido muito importante para a resolução dos casos”, assegura. As situações que implicam intervenção judicial são encaminhadas para a procuradoria-geral e vice-versa. “Os processos em que o serviço SOS Pessoa Idosa pode apoiar a vítima são encaminhados para a Fundação”, declara.
Fátima Mota acredita que o aumento do número de casos está relacionado com “uma maior sensibilidade da sociedade face a esta problemática”. Além disso, considera ainda que “o aumento de serviços contribui para o crescimento das denúncias”. A instabilidade financeira que o país atravessa pode também ser um promotor da violência. “A situação do país agudiza e provoca problemas nas relações, bem como cria situações de ‘stress’ nos indivíduos”, explica a assessora.
As agressões emocionais e psicológicas constituem a forma de violência mais comum. Fátima Mota destaca ainda “a negligência e abandono, bem como a exploração financeira e material” como outras formas de violência registada. As vítimas, na maioria das vezes, são ”mulheres com mais de 60 anos que apresentam debilidades de ordem física ou mental”, elucida.
Este dia, decretado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1999, tem como objetivo “chamar a atenção para esta questão”, afirma Fátima Mota. A sensibilização surge na necessidade de alertar a sociedade, uma vez que, por vezes, “as pessoas não têm consciência que estão a ser violentas”, conclui a assessora.
Fotografia por: Maria Fernandes
