Desporto

[II Liga] Académica vs Nacional – os estudantes, um a um

Djoussé sacou da arma, qual ‘western’, e disparou aos 12 segundos, de forma fatal. Da restante película, ficamos com o retrato de João Pimentel e Paulo Sérgio Santos sobre aparições, transferências de mercado e princípios quânticos, algo mundano neste faroeste.

Ricardo Ribeiro – 7

Princípio de Costinha – uma equipa só tem uma oportunidade de golo durante a partida, pois não se sabe como seria o jogo a seguir. Segundo esta lei, o 87 dos estudantes também só fez uma grande defesa, aos 86’, podendo ter criado um contínuo espácio-temporal com uma realidade paralela.

Mike Moura – 6

Lei de Murphy aplicada ao princípio de Costinha, aplicada a Mike Moura – se um adepto gritar “Boa, Mike!”, a possibilidade de a exibição do jogador em causa ser boa não excede a probabilidade de a exibição ser assim-assim, mas é melhor que a cotação, nas casas de apostas, para a má exibição.

Nélson Pedroso – 5

A idade não perdoa, e o frio, que parece ter chegado para ficar, também não. É tempo de usar mantas quentes, radiadores, e pantufas. Porque, caso contrário, quando apanhado em contrapé, como aos 34’, e daí por diante até aos 90’, há uma claudicação óssea que impede a velocidade desejável.

João Real – 7

Está lá, cumpre, e ainda dá indicações técnico-táticas a Ivo Vieira, corrigindo a posição do madeirense dentro da sua área de ação. Aplicando ainda o Princípio da Projeção, comparativamente ao seu colega de posição, é candidato ao ‘The Best’.

Yuri Matias – 5

Não foi expulso, o que lhe poderia ter dado uma pontuação positiva, por si só. Mas não deu. Nem há muito a pensar, qualidade também frequentemente evidenciada pelo central brasileiro em diversos momentos do jogo.

Ricardo Dias – 7

Consideremos aquilo que é, por definição, um trinco. Jaime Pacheco caracterizou os ocupantes dessa posição central no terreno de jogo como “carregadores de piano”. Ricardo não tem o perfil físico para tal função, sendo mais franzino e dado a presença discreta. Cumpre na perfeição, menos quando, sem lhe pedirem, remata à baliza ou seja onde for. Já alguém viu carregadores de piano a rematarem à baliza?

Guima – 7

Daqui mês e meio é Natal, para quem o festejar. Para os outros, todos os dias são bons para receber uma prenda, mais ainda se forem adeptos da Académica. A nossa proposta é simples: perceber quanto pode custar um Guima e beber menos um café por semana. 0,70€ vezes… Noves fora… É só fazer as contas, como já dizia o atual Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres.

Chiquinho – 6(-1)

Ouvimos falar do 22 da Briosa quando Ivo Vieira, na conferência de imprensa, falou do seu nome. Até lá, a sério, pensámos que o treinador dos estudantes havia cometido alguma loucura e começado a partida com 10.

Marinho – 7

Duas centenas de partidas no mesmo clube não é para qualquer um. Mais uma exibição condizente com aquilo que nos tem habituado. Todos têm medo da chegada do dia em que o número 7 deixe de pisar o relvado. Até lá, deixemos o Senhor fazer o seu trabalho e a apreciar as suas criações.

Balogun– 8

“Gun”, para os amigos e inimigos, tem sido a arma nada secreta de Ivo Vieira. O nigeriano é uma seta apontada à baliza contrária, e hoje, ao contrário de partidas anteriores, foi focado e assertivo naquilo que tinha de fazer, estraçalhar e dilacerar a defensiva madeirense.

Jean-Claude Juncker – 8

O luxemburguês teve uma estreia fulgurante com a camisola negra, fruto de uma movimentação certeira no mercado de outono, vindo diretamente da presidência da Comissão Europeia. “Já estamos a ganhar um a zero”, foram estas as suas palavras iniciais. Amén a isso, aos 12 segundos.

Djoussé – 7

Marcou o golo da vitória aos 12 segundos, após assistência física de “Gun” e espiritual de Juncker. No fundo, “I just called Djoussé, I love you”. Após isso, Djoussé voltou a ser ele próprio, necessitado de metade da velocidade de “Gun”, que ainda assim seria o melhor em campo. Chame-se o Dr. Usain Bolt, renomado especialista jamaicano nessa área.

Diogo Ribeiro – 5

Outro espécime cujo trajeto em campo é definido por uma curva decrescente em velocidade supersónica até esta se acabar e terminar a arrastar-se após 15 minutos. Normalmente, nesse período, faz um ou dois remates que causam ‘frisson’ nas bancadas.

Ki – 4

Levou bordoada mal entrou em campo, tentou dar bordoada de volta minutos depois, não conseguiu, voltou a levar bordoada, e assim sucessivamente. Requer-se, de forma urgente, que reveja como se fazem cargas de ombro, como se remata e afins.

Harramiz – 3

Paz à sua exibição, por curta que tenha sido.

Ivo Vieira – 7

Perde, em relação ao seu antecessor, pela não utilização de conceitos metafísicos. Mas, em contrapartida, tem o discurso de guerra, aquele palavreado que, já dizia Tarantini, agrada ao jogador de futebol, “culturalmente limitado”. E já ganha há três jogos consecutivos.

Fotografias: Catarina Magalhães e Ana Sofia Neto

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