Desporto

Vitória em casa vale ultrapassagem ao Arouca

Cerca de dois mil adeptos juntaram-se, no Estádio Cidade de Coimbra, para assistir ao regresso às vitórias por parte da Briosa. Com este triunfo, os estudantes fugiram à linha de água e partem confiantes para o jogo da próxima quarta-feira. Por Miguel Mesquita Montes e Samuel Santos

Num final de tarde ameno, a Académica recebeu o Arouca em jogo a contar para a 11ª jornada da Ledman LigaPro. Na ressaca de uma derrota por 1-0 em casa do Leixões, a equipa anfitriã, com menos dois pontos que os visitantes, procurava escapar à linha de água da segunda divisão. Por sua vez, o Arouca recebeu e venceu o Gil Vicente, também pela margem mínima. Na última ocasião em que se defrontaram, em julho, em jogo a contar para a primeira eliminatória da Taça da Liga, o Arouca levou a melhor sobre a Briosa nas grandes penalidades.

Os primeiros toques na bola resultaram num autogolo de Deyvison, ao minuto 2, após cruzamento de Marinho pela direita, abrindo o marcador para a Académica. O primeiro quarto de hora de jogo confirmou a superioridade da equipa da casa, perante um Arouca sem reação imediata. O guardião da Briosa teve a sua primeira intervenção no jogo à passagem do minuto 16, desviando a bola para canto após remate de Barnes.

Aos 22 minutos, ocorreu a primeira situação polémica da partida: Marinho, isolado para o golo, caiu dentro de área e protestou com o árbitro da partida, Vítor Ferreira, que nada assinalou.

O segundo golo não tardou e teve autoria de Chiquinho, através de um remate indefensável ao ângulo esquerdo da baliza de Rafael Bracali, mesmo à entrada da área, à passagem do minuto 27.

Atacando preferencialmente pelas alas e disputando o jogo a meio-campo, o Arouca foi apanhado diversas vezes em fora-de-jogo e não encontrou o caminho da baliza de Ricardo Ribeiro.

Miguel Leal lançou Nuno Valente na segunda parte, para o lugar de André Santos, e a aposta entrou com os olhos na baliza, reduzindo o marcador para 2-1, aos 46 minutos, numa réplica da entrada da equipa adversária no primeiro tempo. A redenção dos visitantes durou pouco, visto que a Académica voltou a acelerar o ritmo de jogo, sobretudo pelos flancos, conduzidos por Balogun e Marinho, “eterno” capitão dos estudantes.

Foi uma tarde tranquila para Vítor Ferreira, que mostrou o primeiro cartão amarelo aos 61 minutos a Marinho, quando este seguia isolado para a baliza e abalroou o defesa adversário. A sanção do árbitro da partida levou a protestos, tanto por parte dos adeptos como da equipa técnica.

Aos 63 minutos, Guima substituiu Ki. Minutos depois, numa das suas muitas arrancadas da tarde, Balogun seguiu pela ala esquerda e cruzou para o incansável Marinho, que falhou escandalosamente à frente da baliza.

Miguel Leal voltou a mexer na equipa, desta vez colocando em campo Bertaccini para o lugar de Bukia. Areias, o avançado do Arouca, viu o amarelo aos 72 minutos após entrada dura.

E, só ao minuto 75, é que o Arouca iria de novo assustar a formação da casa, com um cruzamento de Nuno Valente, de livre, pela esquerda, levando a bola a beijar o segundo poste, após remate de Deyvison. Na resposta, aos 78 minutos, Nélson Pedroso bateu o canto que deu origem à sentença da partida, ditada pela cabeça de Djousse, que substituiu Diogo Ribeiro.

O treinador dos arouquenses demonstrou o seu descontentamento e fez entrar Cícero, o número nove, que rendeu o central Hugo Basto, aos 81 minutos. Instantes depois, Chiquinho saiu, após assistência médica, para dar lugar a Zé Tiago, que viu o amarelo na sua primeira intervenção no jogo.

Embora em tempo de compensação e já com o jogo decidido, ainda sobraram energias para o bis de Djousse, que apenas empurrou a bola para o fundo das redes a passe do insistente Balogun, concluindo assim mais uma jogada de génio por parte do extremo nigeriano. Estava feito o resultado final, aos 90+3.

Em tempo de conferência de imprensa, ambos os treinadores disseram que houve justiça no resultado, no desfecho do jogo. O treinador da Académica, Ivo Vieira, quando questionado pelo jornal A Cabra sobre a gestão do plantel, constatou a “dificuldade em gerir todos num patamar profissional”, baseando a escolha do seu onze nos que acha “que dão melhor resposta”. Ainda assim, relativizou o mérito dos dois golos do avançado que bisou, atribuindo-o a todo o coletivo. Por fim, sobre o jogo da próxima quarta-feira frente à equipa da Oliveirense, afirmou que “quando se ganha, o balneário respira mais alegria”, acrescentando que as vitórias trazem motivação, mas será preciso transferi-la para os próximos dias, para que a equipa apareça outra vez como hoje e possa ganhar, nunca pensando no empate.

Fotografias: João Pimentel

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