Ensino Superior

Da Europa para Coimbra: Juncker, Costa e Moedas debatem o futuro europeu

Artigos científicos europeus ultrapassam a percentagem dos EUA. Primeiro-ministro considera que “a popularidade e o apreço pela União Europeia aumentaram”. Por Catarina Magalhães e Ana Sofia Neto

Posterior à cerimónia de doutoramento Honoris Causa, realizada na Sala dos Capelos, o Presidente da Comissão Europeia (CE), Jean-Claude Juncker, em conjunto com o primeiro-ministro, António Costa, e o comissário europeu para a investigação, inovação e ciência, Carlos Moedas, debateu hoje, no Teatro Académico Gil Vicente (TAGV), às 16 horas. O debate teve como tema “Futuro da Europa- Que Europa Queremos?”.

A conferência teve como mote de abertura um aviso de António Costa. “É preciso, de forma urgente, uma Europa de todos e do povo”, explica. Carlos Moedas relembrou a sua experiência como aluno de Erasmus e salientou o quão essencial é o programa para a construção de uma identidade europeia. O comissário valorizou o crescente contributo na produção de artigos científicos, uma vez que 34 por cento das publicações são europeias, de modo a ultrapassar, pela primeira, vez a marca dos Estados Unidos da América (EUA).

Ana Abrunhosa, docente na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (UC), questionou os oradores sobre as atuais elevadas taxas de desemprego jovem. “Há muitos jovens bem formados, mas que não encontram emprego na sua área e no seu país”, considera Jean-Claude Juncker. Carlos Moedas insistiu que a reversão dessas estatísticas assenta na necessidade de mudança dos sistemas de ensino, que ainda hoje se mantêm “conservadores”. O primeiro-ministro interveio e apontou como solução a interface, que contribui para a criação de emprego mais qualificado e estável.

António Costa, quando questionado sobre a valorização dos fundos comunitários, ressalvou a “sorte” da maioria dos presentes não ter conhecido “o Portugal anterior a 1986”. Acrescenta ainda que “a popularidade e o apreço pela União Europeia aumentaram” e, em Portugal, 85 por cento dos fundos são europeus. Isto resulta, segundo o mesmo, de um “esforço conjunto”, que tem como consequências, certas vantagens. Alguns desses proveitos são a modernização da agricultura e do setor educativo e o investimento empresarial.

António Costa encerra a sessão certo de uma “Europa capaz de defender os valores que estão na sua raiz”, ao transformar-se no “grande desígnio do século XXI”, palavras de Simone Weil. Também neste dia, o primeiro-ministro e o presidente da CE inauguraram a placa dos 130 anos da Associação Académica de Coimbra, que vão ser celebrados no dia 3 de novembro.

Fotografias: Catarina Magalhães

To Top