Único golo da Briosa foi marcado por grande penalidade. Treinador dos encarnados lança equipa para o 10º lugar da tabela classificativa. Por Carlos Almeida
Depois de dois empates e uma vitória, a equipa dos estudantes sofre uma derrota em casa, por 1-2, para o Sport Lisboa e Benfica B, num jogo a contar para 9ª jornada da Ledman LigaPro. Durante a primeira parte os ventos no Estádio Cidade de Coimbra sopravam contra o meio-campo da Briosa e algumas bolas altas não percorriam a distância expectável. Ainda assim, os estudantes conseguiram criar várias situações de perigo no meio-campo do adversário. A equipa lisboeta, ainda a florescer, jogou em grande maioria do tempo na defensiva. Já na segunda parte, o Benfica acabou por desiquilibrar a partida com o primeiro golo a ser marcado ao minuto 57 por José Gomes.
Bastaram dois minutos para ver os adeptos da casa entusiasmados com o primeiro ataque. A Académica avançava aos poucos para dentro da grande área benfiquista acabando por perder a bola. Depois de uma recuperação, ao minuto seis, Chiquinho “ripa na rapaqueca” como diria o falecido locutor Jorge Perestrelo, e cria a primeira situação de perigo efetivo para o Benfica.
As faltas começaram a sentir-se ao oitavo minuto com a primeira a ser inaugurada pelo norte-americano Keaton Parks, médio do Benfica B. Poucos minutos depois, aos 13 e já noutro lance, Harramiz, avançado da Académica, recebia assistência. O jogo seguiria com o avançado ainda a recuperar e com o número 6 dos estudantes, Dias, a oferecer o primeiro livre direto ao Benfica B que com o seu número 60, Pedro Amaral, acabaria por não o converter em golo.
Depois de alguma intensidade inicial a partida esfriava com muito jogo de meio-campo de parte a parte. As equipas estavam equilibradas. Ao minuto 20, Tozé Marreco, avançado da Briosa, voltou a aquecer o jogo com um remate à baliza que criou um entusiasmo fugaz no adeptos, pois acabaria por falhar.
Começaram a ver-se os primeiros pontapés de canto para o Benfica B, mas sem perigo, e os primeiros sinais de irritação dos adeptos da casa, que estavam em maioria. A irritação era dirigida ao guardião benfiquista, Ivan Zlobin que era demorado a marcar os pontapés de baliza. Desde esse momento até ao final da primeira parte, viu-se um Benfica contido e com poucas ocasiões de ataque e uma Académica mais morna, mas de alguma pressão e a apresentar alguns remates à baliza. Não aconteciam momentos de grande destaque e os primeiros 45 minutos assim findaram.
Segunda metade com balança desiquilibrada
Com o inicio da segunda parte os estudantes aproveitavam toda a largura do campo e faziam o esférico viajar de uma lateral à outra. O jogo aério acontecia com precisão. Assim que de forma rasteira a bola tocou nos pés do número 14 da Académica, João Simões, este foi atropelado por Keaton. O árbitro mandou seguir. Esta condução agressiva podia travar o ritmo da partida, mas isso aconteceria segundos depois com a Briosa a incorrer num fora de jogo.
Aos 49 minutos, perigo na grande área benfiquista com Tozé Marreco a cruzar para Chiquinho, mas este com pouca sorte na finalização. Pouco depois, de o treinador da Académica, Ivo Vieira substituir Ki por Guima, chega o minuto 57 que foi quando aconteceu o primeiro golo marcado por José Gomes do Benfica B. A equipa lisboeta festejava efusivamente e o guarda-redes da Briosa, Ricardo Ribeiro, olhava incrédulo para os seus colegas de equipa.
O jogo prosseguiu e as marés começaram a ser mais favoráveis à equipa encarnada. O treinador do Benfica B, Hélder Cristovão, vê Heriberto a receber cartão amarelo e ainda subtitui Alan Jr. pelo avançado Mendes. Também Ivo Vieira substitui Chiquinho por Marinho na esperança de trazer alguma frescura ao jogo. E assim foi, ao minuto 73, Marinho remata à baliza e dá esperança aos adeptos academistas, mas acaba por falhar.
Os cartões amarelos começaram a sair com mais frequência. Um a Dias pela falta sobre Zé Gomes e outro a Gedson por demorar a colocar a bola em jogo. Mesmo com as advertências, as faltas no jogo aconteciam cada vez mais, mas muitas ficaram por assinalar, o que causou algum descontentamento por parte da equipa da casa que tentava falar com o árbitro.
Depois de alguma desconcentração devido à falta de fluidez da partida, eis que aos 81 minutos Heriberto concretiza e aumenta a desvantagem para os estudantes. O marcador mostrava 0-2. O jogo seguiu com uma Briosa com a cabeça quente, mas sem desistir. O encontro aproximava-se de fim e já na grande área do benfiquista gerou-se uma confusão que acabou por resultar numa grande penalidade para a Académica. Os estudantes tiveram oportunidade de reduzir a desvantagem no marcador e assim o fizeram com golo de Nélson Pedroso.
Até à partida findar ainda se viram mais dois cartões amarelos para a equipa do Benfica B. Este encontro acabou com quatro cartões amarelos para os lisboetas e um para os estudantes. Em conferência de imprensa, Hélder Cristovão considerou que a vitória dos visitantes “foi muito saborosa” e que apesar das sucessivas ocasiões de perigo que a Académica oferecia, o Benfica B, depois de cada golo, “tornou-se uma equipa cada vez mais segura”. Já Ivo Vieira afirmou que “há que refletir sobre o que aconteceu de menos bom”. Acrescentou que “o jogo foi um pouco ingrato” pois “os jogadores trabalharam” e concluiu que “quando não se ganha não se pode a ficar a olhar para o céu”. O Benfica B sobe assim para a 10ª posição na tabela classificativa e a Académica fica-se pela 14ª.
Fotografias: João Pimentel
