Ciência & Tecnologia

Há sempre uma “árvore a descobrir” pela cidade

O cipreste-português e a macadâmia são duas das mais de 30 espécies do Parque Manuel Braga, a conhecer no passeio “BiodiverCidade: as árvores urbanas já foram do campo”. Por Isabel Simões

A Cátedra UNESCO em Biodiversidade e Conservação para o Desenvolvimento Sustentável e o Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra (UC) organizam um passeio por mês, onde dão a conhecer a biodiversidade presente em Coimbra. Amanhã, sábado, dia 27 de maio, o diretor do Jardim Botânico da UC (JBUC), António Gouveia, vai conduzir os inscritos pelo Parque Manuel Braga.

A ideia do ciclo é colocar as pessoas “a olhar à sua volta”, a ver o que as rodeia, e despertá-las para a natureza e para a “diversidade de seres vivos que existem na cidade”, revela Joana Cabral Oliveira, investigadora da Cátedra UNESCO. O primeiro passeio realizou-se a 22 de abril e deu a conhecer as flores do JBUC, acrescenta.

Projetado em 1920, o Parque Manuel Braga, chamado antigo Parque da Cidade, “é um local interessantíssimo”, com “cerca de 30 espécies diferentes, algumas delas bastante antigas”, revela António Gouveia. Segundo o diretor do JBUC, algumas árvores, embora sejam espécies “mais comuns” atingem, no Parque Manuel Braga, “proporções grandes”, como o cipreste-português, mais conhecido por cedro-do-buçaco. Em contrapartida, outras que “são menos comuns”, como a macadâmia, uma nogueira originária da Austrália, e que “nem o JBUC tem”, explica. “Há sempre uma planta interessante, uma árvore a descobrir em qualquer rua de Coimbra”, afirma António Gouveia.

O diretor do JBUC chama à atenção para um pequeno jardim junto ao antigo Colégio de Santana, em frente ao JBUC, onde existe uma Araucaria bidwillii. Esta espécie é conhecida como “pinheiro de Bunia”, uma árvore australiana, e que está classificada como Monumento Nacional, lembra.

O Jardim Botânico contribui para a disseminação de algumas das espécies “mais estranhas da cidade”, afirma. As trocas de espécies entre a Câmara Municipal de Coimbra, a Mata do Choupal e a Mata do Buçaco eram frequentes e “todos emprestavam e davam plantas uns aos outros”, pelo que é possível encontrar espécies que viajaram de um lugar para o outro.

Fotografia: Isabel Simões 

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