Ciência & Tecnologia

Programa internacional abre fronteiras ao território português

Alerta para os incêndios florestais foi tema de foco do evento. Projeto pretende aumentar contactos no estrangeiro. Por Carolina Cardoso e Ana Francisca Nunes

Foi no Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) que teve lugar hoje, dia 7, o seminário “Wildfire Research and Management in South Africa”. O conjunto de palestras foi organizado pela Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial e pelo Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais. Contou com a presença do Instituto de Conservação da Natureza, da Proteção Civil e da Guarda Nacional Republicana, considerados “os três pilares do sistema de defesa e de controlo dos incêndios”, segundo Domingos Xavier Viegas, docente da FCTUC. No seminário compareceram quatro técnicos e cientistas do programa de Manejo Integrado de Fogo, desenvolvido na África da Sul.

O projeto, “que tem raízes em várias regiões do mundo”, começou em 2003. Os objetivos passam por estudar os impactos do fogo na superfície terrestre, desenvolver a economia, proteger o meio ambiente e chegar a outros países. O financiamento deste programa é feito pelo governo da África do Sul e por entidades privadas.

Os incêndios ainda são um problema relevante em Portugal, “embora se tenham feito progressos”, afirma Domingos Xavier Viegas. A iniciativa, pela qual o docente é responsável, tem como principal foco consciencializar as comunidades sobre os incêndios florestais. “No nosso país, mais de 90 por cento dos incêndios são causados por pessoas”, explicita. Acrescenta ainda que “não se está a envolver toda a comunidade, como a científica”.

Trevor Wilson, especialista técnico da empresa Kishugu, declara que “a FCTUC possui a melhor tecnologia”. O especialista técnico pretende incluir estudantes da UC na colaboração do programa, com os cientistas, na África do Sul. A equipa de Domingos Xavier Viegas envolve tanto professores e investigadores ligados à universidade, como estudantes de mestrado e doutoramento, que centram as suas teses nos incêndios florestais. Acentua que a filosofia do projeto “é envolver a comunidade no seu todo”.

Fotografia: Ana Francisca Nunes

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