Ensino Superior

Mais do que refeições nas novas cantinas amarelas

Zona de leitura, esplanada e um palco são alguns dos serviços oferecidos. Reestruturação representa o “maior investimento dos últimos decénios”. Por Rafael Soares.

Após terem sido encerradas, em 2013, devido à degradação do edifício e das próprias infraestruturas, as cantinas amarelas vão reabrir no início do próximo ano letivo, segundo a previsão do reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva. O plano de reestruturação foi divulgado esta manhã, na Sala do Carvão da Casa das Caldeiras, onde estiveram presentes, para além do reitor, a administradora dos Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra, Regina Dias Bento, e a arquiteta responsável pelo projeto, Manuela Nogueira, seguida de uma visita ao local.

O local “escuro”, com as casas-de-banho “degradadas”, vai dar lugar a um novo, “diferenciado e acolhedor” espaço. A oferta vai para além das refeições, diferentes das “completas e pesadas” prestadas pelas outras cantinas, adiantou a arquiteta. O objetivo, ao projetar um “sítio onde os estudantes vão tomar uma refeição, mas também conviver e estudar”, passa por criar um espaço que “permita aos alunos sentirem-se em casa”, acrescentou.

Uma zona de leitura, uma esplanada e um palco, que permite, em momentos de convívio, “palestras a meio da tarde, tocar viola, projetar filmes ou um pequeno concerto” são alguns dos serviços que os estudantes vão poder encontrar nas novas cantinas. Manuela Nogueira destacou a presença de uma estante com livros, que permite a interação entre os estudantes. “Os alunos podem deixar livros, vir outros que os procurem e se sentem a ler. Sabe-se que eles podem levar alguns, mas acredita-se que outros venham preencher a estante”, explicou.

Regina Dias Bento definiu esta reestruturação como a “concretização de um sonho” que vai trazer “grandes mais valias para os estudantes”, pela multiculturalidade oferecida pelo espaço e por colmatar a ausência de “espaços de funcionamento contínuo para os alunos desta universidade estudarem”. Também o reitor reforçou a importância em “manter as portas abertas em utilização múltipla” e salientou que a extensão dos horários de funcionamento pode ser uma realidade, “em especial nas épocas dos exames em que os estudantes gostam do sossego da noite para aprender mais”.

A recuperação das cantinas representa o “maior investimento dos últimos decénios”, em estruturas do género, revelou o reitor. Sem financiamento por parte de terceiros, 700 mil euros é o valor apontado por João Gabriel Silva a ser despendido pela universidade.

Apesar da pretensão em abrir portas no início do ano letivo, o reitor não garantiu uma data concreta, já que “a prudência indica que se deve dar uma ideia do momento, mas não se deve ser demasiado preciso porque nem tudo corre como se quer”. “Neste momento, [a universidade] segue uma política: primeiro amealha, depois gasta”, concluiu.

Fotografia gentilmente cedida pela Rádio Universidade de Coimbra

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