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Cinco meses depois, a Académica volta a perder em casa

Uma grande penalidade no final do jogo garantiu os 3 pontos para a formação do Cova da Piedade. Costinha assume que “o sonho da subida está mais longe” mas promete “profissionalismo até ao final”. Por Joana Pedro, Nuno Peixinho e Pedro Silva

A 29ª jornada da Ledman LigaPro arrancou em Coimbra com a derrota dos estudantes frente ao Cova da Piedade, por duas bolas a uma. A Académica quebrou um registo impressionante de jogos sem perder em casa. A última derrota em Coimbra tinha ocorrido a 4 de setembro, frente ao Vizela.  Desde então, os estudantes só tinham deixado escapar pontos no confronto com o Gil Vicente, na primeira volta da Segunda Liga.

A falta de oportunidades de golo e o ritmo lento de futebol marcaram a parte inaugural da partida. A Briosa assumiu o controlo do jogo desde o início mas pecou pela falta de imaginação.

As maiores situações de perigo, numa primeira parte muito faltosa, foram causadas de bola parada. O Cova da Piedade teve a primeira oportunidade para inaugurar o marcador a partir de um livre lateral, que saiu à figura de Ricardo Ribeiro. A Académica respondeu também de bola parada a partir de uma jogada de insistência, concluída por Traquina, com um remate difícil para o guarda-redes dos visitantes. Pouco depois, Diogo Ribeiro ficou muito perto de chegar a tempo a um bom cruzamento de Marinho, depois da melhor jogada da Académica, na primeira metade.

Depois do intervalo a Académica entrou bem em jogo e começou logo por criar perigo. No seguimento de um pontapé de canto, com um remate cruzado de Traquina, a bola passou muito perto do poste da baliza de Pedro Alves. Apesar da intensidade de jogo da Académica, o Cova da Piedade acabou por conseguir chegar ao golo, através de uma perda de bola da defesa dos estudantes. Este desequilíbrio defensivo da Académica possibilitou que Robson ganhasse espaço para pôr a equipa visitante em vantagem, através de um remate que bateu na barra da baliza antes de entrar.

A desvantagem do marcador fez com que a Académica aumentasse a intensidade de jogo. Os estudantes começaram a trocar mais a bola e a criar mais oportunidades para marcar. A entrada de Ohemeng foi determinante neste sentido, uma vez que, o extremo emprestado pelo Moreirense deu à ala direita uma velocidade, que o rendido Ki já não conseguia garantir. Foi também a partir de um suplente que a igualdade foi reposta na partida, aos 90 minutos. Diogo Ribeiro ganhou de forma inteligente uma falta à entrada da área. O livre, cobrado por Leandro Silva, fez levantar todo o estádio. Um remate irrepreensível, puxado ao poste direito da baliza do Cova da Piedade, pôs em delírio os adeptos da casa e levou a Académica a procurar a vitória nos minutos finais. A reviravolta no marcador ficou por centímetros no lance seguinte. Diogo Ribeiro aproveitou a desorientação da defesa do Cova da Piedade para rematar à baliza. A bola foi reposta em campo de forma rápida pelo guarda-redes e uma Académica descompensada na defesa, viu Nuno Santos cometer falta na grande área. Robson não tremeu na marca de grande penalidade e aproveitou para bisar na partida sentenciando o jogo. Foi um final eletrizante, em que a equipa da casa podia ter chegado à vitória, mas acabou por perder o jogo.

No final do jogo, o treinador do Cova da Piedade, João Castro, atribuiu o mérito da vitória ao pragmatismo da sua equipa. Salientou que sabia que a sua equipa “não podia vir a Coimbra assumir o jogo”. Acrescentou que os seus jogadores foram “super objetivos e recompensados por isso”. Por sua vez, o treinador dos estudantes, Costinha, acredita que os detalhes foram determinantes para o resultado do jogo. “O segundo golo é ridículo. São erros que não podemos cometer em alta competição”, concluiu. Em análise à prestação do árbitro da partida, afirmou que “os cartões amarelos começaram a ser mostrados muito tarde, o que ajuda quem vem cá defender”. Por fim, o treinador quis agradecer ao público, pela forma como apoiaram a equipa”. João Simões estreou-se pela equipa principal da Académica com uma sólida exibição. Apesar disso, para o jovem lateral direito a estreia ficou manchada pela derrota. “O mais importante não é o meu desempenho, mas sim o da equipa”, garantiu. Ainda assim agradece a oportunidade a Costinha e fala num sonho cumprido. “É o sonho de qualquer jogador jogar pela equipa principal do seu clube e hoje cumpri esse sonho”, rematou o jogador de 18 anos, que até agora integrava a equipa dos juniores.

Fotografia: Joana Pedro

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