Desporto

Briosa saca três pontos em jogo com mais expulsões que golos

Nuno Santos, Diogo Coelho e Marinho desfalcam estudantes para a partida com o Portimonense. Ânimos exaltados no final do jogo originaram quatro expulsões. Texto por Paulo Sérgio Santos e fotografias por Inês Duarte

Foram 2512 os espectadores presentes no Estádio EFAPEL Cidade de Coimbra para assistirem à partida entre Académica e Penafiel, encontro a contar para a 24ª jornada da Ledman LigaPro. Os estudantes acabaram por se sagrar vencedores, por três bolas a duas, de um jogo com iguais partes para a emoção e a quezília.

A equipa da Académica entrou em campo, a oscilar entre um 4-1-4-1 e um 4-2-3-1, com Makonda a fazer as vezes de Fernando Alexandre e Leandro Silva a aparecer nas zonas antes pisadas por Pedro Nuno. O primeiro sinal de perigo, ainda que relativo, surgiu aos quatro minutos, com Ernest, na grande área adversária, a tentar um remate de primeira, em resposta a um cruzamento, mas a acertar apenas na atmosfera.

A réplica do Penafiel surgiu dois minutos depois, com um remate do número 21, Wellington. O mesmo Wellington, estavam decorridos dez minutos, inaugurou o marcador: Marinho perde a bola a meio-campo, a equipa penafidelense sobe em transição rápida e o 21, após tirar João Real do caminho, rematou cruzado, a meia-altura, para o fundo das redes academistas. Estava feito o 0-1, que destoava de um jogo de toada morna, muito batalhado a meio-campo.

Os estudantes continuavam a fazer a cumprir o esquema idealizado por Costinha e, aos 13’, após centro de Marinho, Tozé Marreco cabeceia para interceção de um defesa forasteiro. O Penafiel começou, então, a abrandar o ritmo, com o anti-jogo a aparecer nas reposições de bola, mas sem deixar de visar a baliza da casa, com remates aos 17 e aos 20 minutos. Aos 27’, contrariedade para os homens de Ricardo Vaz, com a lesão do sub-capitão Dias.

A partida começou a adquirir um tom mais agressivo com o aproximar do final da primeira parte, após algumas situações de perigo para ambas as formações e um golo anulado a Makonda, por mão na bola. A confusão instalou-se depois de uma falta sobre Káká, quando Fortes chutou a bola contra o jogador da Académica, largos segundos depois de este estar estendido no relvado. No burburinho que se gerou, Ricardo Ribeiro, o guarda-redes dos estudantes, foi um dos mais exaltados, tendo acabado por ver o cartão amarelo. O nervosismo persistiu, após o apito do árbitro para o intervalo, até à recolha de todos os elementos às cabines.

Ao intervalo, e depois de uma primeira parte que deixou a desejar em termos de eficácia, Costinha resolveu tirar Makonda e colocar no seu lugar Rui Miguel, com Leandro Silva a recuar no terreno para fazer dupla com Káká. O brasileiro da Académica revelar-se-ia fundamental quando, aos 49 minutos, assinou o tento do empate, num remate seco de fora da área, no seguimento de alguma displicência da defensiva duriense.

A Académica tinha regressado forte dos balneários, num jogo eficaz assente em trocas de bola e ataques rápidos. Aos 58’, Marinho isolou-se e, já na grande área do Penafiel, foi carregado pelas costas por Kalindi. Manuel Mota, o juiz da partida, não teve quaisquer dúvidas e assinalou o castigo máximo, que Rui Miguel encarregar-se-ia de converter, enganando Coelho e rematando para a sua esquerda. O treinador dos forasteiros, Ricardo Vaz (em substituição de Paulo Alves), considerou, no final da partida, que a jogada que deu origem ao penalti foi “precedida de falta sobre o Rafa Sousa”.

Quatro minutos volvidos sobre o 2-1 e Marinho marca o terceiro para os estudantes. Desmarcação perfeita de cabeça de Rui Miguel e o sete da Académica, frente ao ‘keeper’ penafidelense, a não perdoar, picando a bola para o fundo das redes. O 3-1 gerou algum adormecimento nos homens de negro e aos 64’, apenas dois minutos depois, Fidelis remata para o fundo da baliza de Ricardo Ribeiro, num ataque em que a defensiva academista pareceu novamente descompensada.

O guarda-redes da Académica viria a ser um dos grandes responsáveis pelos três pontos conquistados, com intervenções cruciais aos 66 e aos 89 minutos. Com o 3-2, a Académica encolheu-se no terreno, resultado também das substituições operadas por Costinha, com Nuno Piloto a render Leandro Silva (68’) e Jimmy a entrar para o lugar de Tozé Marreco (80’).

O resultado foi um crescer dos homens de encarnado, com uma bola ao poste, estavam decorridos 75 minutos, e um volumoso caudal ofensivo, que desaguou nas expulsões, por vermelho direto, de Nuno Santos (83’) e Diogo Coelho (já em período de compensação).

O final do jogo ficou ainda marcado por um clima de exaltação no relvado, entre membros das duas formações e também a equipa de arbitragem. Do lado do Penafiel, o capitão João Paulo e Rafa Sousa receberam ordem de expulsão, enquanto que nos estudantes também Marinho e ainda o enfermeiro Nuno Martins foram expulsos.

Na conferência de imprensa, Ricardo Vaz colocou-se à margens dos acontecimentos extra jogo. “No cômputo geral, fomos a melhor equipa em campo”, referiu, para salientar que mesmo “o empate teria sabido a pouco”. Já o timoneiro da Académica, Costinha, sublinhou a reação da sua equipa na segunda parte, dado que “não se chega lá só a jogar bem, é preciso garra e eficiência”. Os lamentos dos penafidelenses não fugiram também a um comentário. “Não tenho culpa que o Penafiel não tenha feito os golos, têm de trabalhar durante a semana para depois não se queixarem”, afirmou, para concluir com um recado, que “a Académica vai a Portimão com 11, mais o banco de suplentes, e vai lá para ganhar”.

Os estudantes continuam a ocupar a terceira posição na tabela classificativa, agora com 16 e 12 pontos de desvantagem, respetivamente, para Portimonense e Aves, que ocupam os lugares cimeiros. O próximo encontro da Briosa é precisamente contra o líder Portimonense, em Portimão, no próximo dia 4 de fevereiro, e tem início às 11h15.

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