Desporto

Membro da RUC obrigado a sair do Estádio D. Afonso Henriques

Ataque à liberdade de expressão e de imprensa é o principal argumento defendido pelo presidente da RUC. Já o dirigente do VSC não toma uma posição pública depois de um enquadramento jurídico. Por Carlos Almeida

No intervalo do jogo de futebol ocorrido ontem, dia 19, entre a equipa B do Vitória Sport Clube (VSC) e a Associação Académica de Coimbra- Organismo Autónomo de Futebol (AAC/OAF) para a Ledman LigaPro, registou-se um incidente na bancada de imprensa do Estádio D. Afonso Henriques em Guimarães. Um membro da equipa de relatos da Rádio Universidade de Coimbra (RUC) “foi impossibilitado de continuar a emissão, identificado pela Polícia de Segurança Pública [PSP] a comando de dirigentes do VSC e forçado a sair do estádio”, segundo conta o presidente da RUC, Francisco Campos Coroa.

Foram proferidas por um membro da RUC, durante a primeira parte do jogo, alusões à cidade de Guimarães como “condado galego” e os vimaranenses referidos como “espanhóis”. O presidente da RUC afirma que em termos pessoais, não vê como ofensivas estas palavras. No entanto estes termos foram considerados como pejorativos por parte dos dirigentes da equipa da casa e o elemento foi expulso do estádio.

“O que aconteceu em termos práticos, é que foi impossibilitada a liberdade de expressão e de imprensa”, defende Francisco Campos Coroa que explica que a RUC já tomou medidas concretas em relação ao caso. “Foi enviada não só uma carta ao superintendente-geral da PSP a demonstrar desagrado, mas também ao presidente do VSC a questionar o sucedido”.

O Presidente do VSC, Júlio Mendes, afirma “que neste momento o assunto está entregue ao departamento jurídico do clube” e que só toma uma posição pública quando tiver “informação concreta, factual e enquadramento jurídico”. Júlio Mendes conta também que quando começou a dirigir o clube, as relações entre o VSC e a AAC/OAF estavam conturbadas, mas que os contactos institucionais entre os dois clubes foram pouco tempo depois normalizados. Desta forma o presidente do VSC considera que “não faz sentido nenhum para quem conhece a história recente que haja qualquer tipo de aproveitamento para pôr em causa a relação entre dois clubes históricos”.

Depois do término do jogo, em declarações para a conferência de imprensa, o presidente da AAC/OAF, Paulo Almeida, mostrou-se solidário com a RUC. “Nenhum orgão de comunicação social pode ser censurado. A liberdade de expressão é uma conquista. A diferença tem de ser tolerada e não expulsa”. O presidente da RUC afirma que “é necessário impedir que uma situação semelhante volte a ocorrer”. Entretanto Francisco Campos Coroa redigiu um comunicado acerca do sucedido que foi publicado na página oficial da RUC no Facebook. Sobre isso, Júlio Mendes declara respeitar a rádio universitária, mas afirma não responder a comunicados. Até ao momento não foi possível contactar nem com a PSP nem com a Liga Portuguesa de Futebol Profissional.

Fotografia: Inês Duarte

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