Programação vai passar por três espaços diferentes. Nova temporada marcada por uma dupla renovação. Por João Pimentel
O palco do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) subiu o pano para apresentar a sua nova temporada cultural para 2016-2017. A apresentação tomou lugar no dia 16 de setembro e contou com as intervenções do diretor do TAGV, Fernando Matos Oliveira, da vereadora da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) pela cultura, Carina Gomes, e da vice-reitora da Universidade de Coimbra pela cultura, Clara Almeida Santos.
Para esta nova temporada, o diretor do TAGV acredita na continuidade da colaboração com a edilidade e entende a mesma como “um parceiro para multiplicar a energia e as iniciativas que se fazem na cidade”. Quanto aos projetos para 2016-2017, existe um constante “diálogo com a reitoria, com a UC, no sentido de repensar e também de definir e redefinir a identidade, o trabalho e o lugar do TAGV”.
Durante o verão, o teatro refletiu sobre a pergunta “Que TAGV? Para que cidade?”. Daí, resultou a ideia de “reafirmar uma diferença que valorize o TAGV, por diferenciação de todo o resto”, conta o seu diretor. Afiança ainda que o objetivo da programação é “tornar Coimbra uma cidade mais cosmopolita, mais dinâmica, mais uma cidade nacional”.
O programa deste ano conta com o ‘Ecole des Maîtres’, um curso internacional de teatro para jovens atores, em parceria com a autarquia. Esta ligação permitiu que “a cidade não perdesse esta escola, este curso de teatro”, esclarece Carina Gomes. Acrescenta ainda que “o objetivo da CMC não é retirar o protagonismo a algum agente cultural, muito pelo contrário, é contribuir para ampliar o nível artístico elevadíssimo”.
“Em Coimbra já ninguém se consegue queixar que não acontece nada”. As palavras são da vice-reitora da UC que, quanto à programação, exalta três pontos. “O cinema à segunda-feira”, que “aposta em filmes que não passam nas outras salas de cinema”, o concerto inaugural da Orquestra Académica da Universidade de Coimbra. A 25 de novembro vai ser então possível ouvir “Um grupo novo, que vai juntar estudantes, docentes, colaboradores da universidade, antigos tunos”, refere Clara Almeida Santos. Por fim, salienta o “concerto dos The Gift, dia 7 de novembro, que assinala os 25 anos dos Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra (SASUC)”. Este concerto vai ficar marcado pela tradução, em simultâneo, para linguagem gestual.
Já o diretor do TAGV, de entre outros eventos, deu destaque a “um projeto muito interessante” com João Fiadeiro, criador do ‘Workshop’ de Composição em Tempo Real, que “vem a Coimbra com, talvez, o mais internacional dos ‘workshops’”. Na música, realça a “estreia de Bruno Pernadas, que é um óvni no panorama musical português”.
Para este novo ano, o diretor assinala uma “dupla renovação”. Uma atualização física das instalações que ainda está em decurso e uma renovação de imagem, que resulta da parceria com a Bürocratik, uma empresa de grafismo e design. Fernando Matos Oliveira não deixou de assinalar “a força do espaço ‘online’”. O TAGV conta com a valência de bilhética há cerca de um ano e, “neste momento, cerca de metade desta decorre online’”.
Fernando Matos Oliveira conta que o TAGV vai agir “em função do interesse público verdadeiro e na construção de uma cidadania crítica”. Para além disso, acredita que é preciso “desconfiar menos dos jovens e apostar mais neles”, o que considerou ser uma mensagem para o futuro.
