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Repúblicas de Coimbra chumbadas pela segunda vez

Repúblicas de Coimbra continuam em perigo após novo esforço infrutífero na Assembleia da República. Por Rita Flores, Inês Sanches e Catarina Santos                                                                                        

A proposta de reconhecer as Repúblicas de Estudantes como de relevante interesse público e de estas ficarem submetidas a um regime de renda controlada, bem como a constituição de um fundo nacional de salvaguarda de repúblicas de estudantes, foi chumbada em Assembleia da República (AR) pela segunda vez consecutiva.

O deputado do Partido Socialista (PS), Rui Duarte, pediu uma reavaliação das propostas em plenário, tendo as mesmas sido chumbadas pela maioria parlamentar e apoiadas pelo PS, Partido Comunista Português (PCP) e Bloco de Esquerda (BE).

O aumento das rendas até um quinze avos do valor do imóvel tem vindo a afetar o estilo de vida característico das repúblicas. Segundo Jennifer Jesus, residente da República do Kuarenta, o descontentamento com esse aumento “não se trata de uma mesquinhez de querer pagar o mínimo possível para poder fumar mais uns cigarros e sair mais uns dias à noite”, mas sim para “manter o estilo comunitário que temos e que oferecemos aos outros”.

Do mesmo modo, existem diferentes propostas de compra das residências por entidades exteriores com a finalidade de as tornar em ‘hostels’ ou casas privadas, bem como pelos estudantes, como é exemplo a República dos Fantasmas. Algumas estratégias que tem vindo a ser utilizadas para a angariação de fundos passam pela criação de “uma nova associação por quotas” pagas pelos antigos e pelos atuais residentes, a organização de festas e, por fim, um recente projeto de crowdfunding que consiste em “divulgar ao máximo” a atual situação da casa. O objetivo é sensibilizar o público em geral a contribuir para a aquisição da mesma, diz Mário Lança, residente desta república.

O chumbo do requerimento demonstra, segundo o deputado socialista, na sua intervenção parlamentar, “o desinteresse em salvaguardar a atividade desenvolvida e o património existente em edifícios cujo o valor é muitas vezes superior ao valor dos próprios imóveis”. Rui Duarte acrescenta ainda que é importante “salvaguardar as repúblicas de estudantes do nosso país, isto é salvaguardar o património histórico e cultural”.

DR

 

Foto: DR

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